Após atritos, Renan e procurador-geral se encontram em clima amigável
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se encontrou ontem com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A reunião foi amigável, apesar de recentes atritos entre Gurgel e Renan.
A rusga começou quando o procurador ofereceu denúncia contra Renan ao Supremo às vésperas da eleição que o escolheu presidente do Senado.
Segundo Gurgel, o senador deu notas frias para justificar gastos de sua verba indenizatória, o que comprovaria o desvio de recursos públicos.
Pouco depois, o Senado aprovou requerimento pedindo investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) contra Gurgel pela compra de 1.200 tablets pela Procuradoria-Geral da República, o que o procurador classificou como uma possível retaliação de Renan por causa da denúncia.
No encontro de ontem, porém, Gurgel falou da proposta de emenda à Constituição que retira poderes de investigação do Ministério Público.
O procurador-geral classificou o projeto de "insano" e disse que não há chance de apoiá-lo mesmo após ajustes.
O projeto está em discussão na Câmara, que criou um grupo de trabalho para debater eventuais modificações.
Sobre a matéria, o presidente da Câmara disse ter recebido um telefonema do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) pedindo um prazo maior para as negociações. "Vamos votar em junho, mas será na última semana do mês", afirmou.
Alan Marques/Folhapress | ||
Procurador-geral, Roberto Gurgel, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante encontro com procuradores |
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