'Curto-circuito' de petistas trava instalação de grupo da reforma política da Câmara
Uma disputa interna na bancada do PT travou nesta quarta-feira (10) a instalação do grupo de trabalho criado pela Câmara para discutir uma proposta de reforma política. Essa comissão foi formada em troca do sepultamento do plebiscito com validade para 2014, que o Planalto sugeriu ao Congresso.
Os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Henrique Fontana (PT-RS) brigam pela vaga da legenda no grupo.
Vaccarezza foi convidado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para coordenar os trabalhos. Fontana, que já foi relator de outra proposta de reforma política na Casa, reivindicou a vaga porque foi escolhido numa reunião da bancada do PT como o representante da sigla.
Nos últimos dias, Fontana vinha trabalhando para ser o relator de um eventual projeto de decreto legislativo propondo a consulta popular. Como a ideia não avançou, ele passou a requerer a cadeira no grupo.
A instalação do grupo ficará suspensa até a próxima terça-feira. A tendência é que a bancada do PT insista na indicação de Fontana.
O presidente da Câmara disse esperar um breve entendimento entre os petistas. "Houve um curto-circuito e já suspendi a instalação dos trabalhos porque uma comissão que quer resolver não pode começar não resolvendo a si própria. Já transferi a instalação para a próxima semana para que unifique o PT", disse. "Esse grupo tem que ser unido e com dedicação exclusiva. Essa Casa vai sim votar uma reforma política", completou.
O grupo de trabalho terá 90 dias para propor uma reforma política. A comissão será formada por 13 parlamentares. Além da vaga do PT estavam previstos: Marcelo Castro (PMDB-PI), Marcus Pestana (PSDB-MG), Guilherme Campos (PSD-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Luciano Castro (PR-RR), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Júlio Delgado (PSB-MG), Miro Teixeira (PDT-RJ), Antonio Brito (PTB-BA), Leonardo Cadelha (PSC-PB), Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), e Sandro Alex (PPS-PR).
Eles terão que discutir temas como fim do voto secreto no Congresso, fim das coligações partidárias e fim da reeleição. Segundo o presidente da Casa, não haverá uma reforma política fatiada.
"Não vamos fazer reforma política de pontos isolados. Vamos fazer um projeto de reforma política em 90 dias, com todos esses temas. Vamos aguardar", disse.
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