Papa classifica dinheiro e prazer como 'ídolos passageiros'
"Conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria". São essas as três posições que devem guiar a vida cristã, afirmou o papa Francisco em missa a milhares de fiéis na basílica de Aparecida nesta quarta.
A homilia do papa se deteve em cada um desses três pontos, alertando a juventude contra "ídolos passageiros", lembrando a história da imagem de Nossa Senhora Aparecida e citando o seu antecessor, Bento 16.
"É verdade que, hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer", afirmou Francisco, sobre o que chamou de "ídolos passageiros".
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Ao exortar os fiéis a manter a esperança, Francisco disse que "'o dragão', o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte, Deus é o mais forte".
"Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor", pregou.
"Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo."
No segundo ponto, sobre deixar-se surpreender por Deus, relembrou a história da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que teria sido encontrada por três pescadores no rio Parnaíba após um dia sem conseguir apanhar peixes.
Gabriela Biló/Futura Press/Folhapress | ||
O papa Francisco beija imagem de Nossa Senhora Aparecida, presente de dom Raymundo Damasceno (esq.) |
"Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera se tornaria o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma mãe?", disse. "Se nos aproximamos Dele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele."
No último ponto, "viver com alegria", disse que "o cristão não pode ser pessimista". Ele citou o discurso feito em Aparecida pelo papa Bento 16 em maio de 2007, durante a conferência episcopal latino-americana. Na época, Francisco estava na plateia como arcebispo de Buenos Aires.
"Como dizia Bento 16: 'O discípulo sabe que, sem Cristo, não há esperança, não há amor, não há futuro'".
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