'Máquina do governo não opera com a rapidez necessária dos clamores', diz Carvalho
Diante de uma plateia repleta de catadores de papel e ao som de uma buzina insistente de manifestantes que protestavam na porta do Palácio do Planalto, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) admitiu nesta quarta-feira (31) que a máquina do governo federal é lenta.
"A melhor buzina é a da pressão, das causas justas que precisam de urgência e nem sempre a gente consegue responder com muita urgência. A buzina das tensões, de você querer fazer alguma coisa e ver como ela demora a acontecer lá na ponta", disse o ministro enquanto representantes de papiloscopia --profissionais que recolhem digitais-- pediam a sanção do projeto que iguala a carreira deles a dos peritos policiais.
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Carvalho continuou o discurso aos catadores de papel dizendo que há uma "angústia de perceber que a máquina do governo não opera com a rapidez necessária dos clamores".
Petista, Gilberto Carvalho está há mais de 12 anos no Palácio do Planalto. Antes de ser o ministro de Dilma responsável por dialogar com os movimentos sociais, ele foi chefe de gabinete do presidente Lula.
O tom do ministro foi de desabafo. "Ser governo muitas vezes não é fácil. Sabe o que é trabalhar o dia todo com essa buzininha no ouvido? Não é fácil. Essas buzinas são físicas e também políticas", disse.
Alan Marques-15.ago.12/Folhapress | ||
Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência |
As declarações foram feitas nesta quarta, durante evento em que o governo anunciou investimentos de cerca de R$ 200 milhões para empreendimentos de catadores de materiais recicláveis, numa nova etapa do programa batizado de Cataforte que começou em 2009.
"Por isso o dia de hoje é dia de alegria porque essa buzina se transforma em doce música nos ouvidos da gente", disse o ministro, satisfeito com os resultados do programa que tem como objetivo estruturar cooperativas e associações para que façam coleta seletiva de lixo para prefeituras.
LIXÕES
Carvalho admite que não será fácil cumprir a meta de acabar com os lixões até o próximo ano. "Vai ser difícil, mas nós estamos muito empenhados para que isso ocorra e ocorra de maneira adequada de modo de que os catadores tenham uma alternativa de formar cooperativas e trabalhar", disse.
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