Cabral descarta renúncia por pressão de manifestantes
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse em entrevista à Folha que a pressão dos manifestantes para que deixe o governo não o fará renunciar. "Estou acostumado com vaias e aplausos. Se sair, não vai ser por pressão popular", afirmou.
A possibilidade de sair antes do fim de seu mandato seria para que pudesse se desincompatibilizar e concorrer a um cargo eletivo em 2014. O caminho natural, disse o governador, seria concorrer ao Senado. E seu afastamento daria mais visibilidade a seu candidato à sucessão, o vice-governador Luiz Fernando Pezão.
Cabral afirmou ainda que não há hipótese de uma eventual chapa que tenha, mais uma vez, Pezão como vice, com o PT na cabeça.
"Não há candidato mais preparado do que o Pezão", disse. "Ver o Pezão eleito é tudo o que eu quero."
Hoje (1), o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, defendeu que o governador saia do governo até abril para dar mais espaço para Pezão.
Sobre as manifestações contra o seu governo, Cabral diz que os protestos não são apenas no Rio e que outros governadores também têm sofrido cobranças.
No seu caso, diz reconhecer que se afastou do diálogo com seus críticos e que mesmo aqueles que o apoiam afirmam que ele errou com esse comportamento.
Sobre o uso excessivo de helicópteros do Estado por ele e sua família -o que poderá, inclusive, ser alvo de uma CPI na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro)- o governador disse que seguiu ordens do gabinete militar:
"Eu e minha família sempre seguimos as recomendações do gabinete militar, por questão de segurança. Eu queria evitar aquela estrutura toda de batedores pela cidade. Meu governo enfrentou a milícia, fez a pacificação e por isso recebo muitas ameaças", justificou.
Três dos sete helicópteros do governo serão repassados para outros órgãos, informou, e o uso dos aparelhos será normatizado por um protocolo que está sendo preparado na Casa Civil,
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