Secretaria pede que policiais se retirem da Aldeia Maracanã e é atendida
A secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, estava na tarde desta terça-feira (6) em uma reunião com indígenas e ativistas que voltaram a ocupar o antigo Museu do Índio, no complexo do Maracanã, quando um grupo de 60 policiais militares se posicionou nos fundos do prédio.
A presença dos policiais causou tumulto entre os presentes, o que levou a secretária a se dirigir ao comandante do grupo, pedindo a retirada de todos do local. Ela também disse ter ligado ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
A secretária disse que a presença dos cerca de 60 policiais causava "instabilidade" e que prejudicava o andamento das discussões.
"Não há necessidade de os senhores estarem aqui", disse ela ao comandante.
O coronel Mauro Andrade, do Grupamento de Policiamento de Multidões, afirmou estar ali com seus homens porque teria recebido denúncia da Coordenadoria de Inteligência da PM segundo a qual manifestantes "black bloc" fechariam uma das pistas da Avenida Radial Oeste, que passa em frente ao Maracanã. Logo depois do pedido da secretária, os policiais se retiraram.
Chamou a atenção dos presentes o fato de parte do grupo de policiais ter chegado ao local em três vans descaracterizadas.
Apreensivos com a possibilidade de intervenção da PM, manifestantes fecharam, com correntes e cadeados, a grade que dá acesso aos fundos do prédio. A secretária pediu a retirada das correntes.
Nesse momento, há em torno de 60 pessoas no prédio, entre índios, ativistas e crianças.
Fabio Teixeira-5.ago.13/UOL | ||
Índios e estudantes participam da reocupação do prédio do antigo Museu do Índio na noite desta segunda (5), no Rio de Janeiro |
Na tarde de segunda, um grupo de cerca de 40 índios e estudantes voltou a invadir ontem à tarde o prédio do antigo Museu do Índio. Na semana passada, quando anunciou a desistência de demolir o parque aquático Julio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros, o governador Sérgio Cabral disse que tinha pedido à Rattes que fizesse um estudo para que no prédio do antigo Museu do Índio fossem realizadas atividades indígenas.
Em março o antigo museu, onde um grupo de índios vivia desde 2006, foi desocupado durante uma ação policial que terminou em violência, com uso de spray de pimenta, gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha.
Sérgio Cabral pretendia demolir o imóvel para usar como estacionamento para o estádio do Maracanã. Depois de longa disputa jurídica, desistiu da demolição, mas não da desocupação. Pretendia abrigar no lugar o Museu Olímpico, ideia também abandonada pelo governo fluminense.
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