Decisão dos caças deve sair até o fim do ano, diz comandante da Aeronáutica
O comandante da Aeronáutica Juniti Saito disse nesta terça-feira (13) em audiência no Senado que a presidente Dilma Rousseff decidirá no "curto prazo" sobre a compra de 36 caças ao custo estimado de R$ 15 bilhões.
A decisão está parada na presidência desde 2010, quando a Aeronáutica concluiu os estudos técnicos e deu parecer sobre qual seria a melhor compra entre os americanos da Boeing, os suecos da Saab e os franceses da Rafale. Saito disse que o "curto prazo"seria até o fim do ano. Ele sinalizou, contudo, que isso não deve ocorrer antes de setembro, quando os concorrentes devem renovar a proposta.
Segundo Saito, desde 2010 as três empresas fizeram novas propostas com melhorias, "principalmente a Boeing".
"O nosso ministro tem dado esforços e a presidente já sinalizou mais de uma vez e já disse que vai tomar a decisão no curto prazo. Ela também está preocupada. É preciso ter Forças Armadas bem equipadas e, por que não dizer, bem remuneradas", disse Saito.
Segundo o general, a compra ainda não foi acertada em razão de questões orçamentárias. "O governo não está prevaricando na extensão da decisão. O Brasil é um país em desenvolvimento precisa de recurso párea educação e saúde, é questão orçamentária, de prioridade", afirmou.
Saito explicou aos senadores que uma das preocupações é garantir a transferência tecnológica para a fabricação de novos caças. "Tem ofertante que diz que vai abrir toda a caixa preta, tem ofertante que diz que vai abrir parcialmente. O foco principal não é só comprar um avião, é desenvolver junto com o parceiro uma tecnologia avançada. A gente consegue fazendo junto, é assim que a gente aprende", disse.
O comandante, contudo, não falou qual foi a preferência da Aeronáutica e disse que a presidente poderá uma decisão não só técnica, mas também "geopolítica". "Antes do anúncio pela autoridade competente, não podemos divulgar a preferência da Força Aérea. Com certeza a presidente vai levar em consideração o parecer técnico e também o ponto de vista geopolítico", disse.
Juniti Saito disse que, quando a decisão for tomada, ainda levarão entre 8 e 12 meses para a assinatura do contrato. Ele disse ainda que o primeiro avião seria recebido em quatro ou seis anos e que uma das empresas aceitou receber pagamento somente após a entrega. "Temos condições de assimilar dentro do nosso orçamento", afirmou.
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