Aliados de Aécio veem Serra enfraquecido
Aliados próximos ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) minimizaram nesta semana o desempenho de José Serra (PSDB) na última pesquisa Datafolha de intenção de voto para a Presidência.
Na avaliação do entorno aecista, Serra aparece mal no levantamento e, embora esteja se movimentando como candidato, não motiva, por ora, mudanças na estratégia presidencial do mineiro.
Com pretensão de disputar o Planalto pela terceira vez, Serra marcou, na pesquisa do último domingo, entre 8% a 15% das intenções de voto, ante 8% a 13% do mineiro.
Em agosto de 2009, também faltando 14 meses para a eleição, Serra liderava com 37% no principal cenário.
Agora, Serra tem ainda rejeição de 36%, contra 23% do mineiro --a presidente Dilma Rousseff tem 27%.
Os aecistas avaliam a performance de Serra como ruim porque ele já concorreu à Presidência duas vezes, participou de todas as últimas eleições e é conhecido no país.
Serra esteve em Curitiba, onde visitou o governador tucano Beto Richa (PSDB), nesta quarta-feira (14). Na ocasião, afirmou que o resultado do Datafolha é "interessante", porque ele está fora do cenário nacional desde 2010. Afirmou ainda que "certamente" será candidato a "alguma coisa" nas próximas eleições.
O grupo de Aécio estima que o apoio ao senador no PSDB é alto, motivo pelo qual o trabalho interno estaria sendo bem feito e deve continuar --o mineiro planeja retomar viagens pelo país neste semestre.
É com essa crença que o grupo também descarta a realização de prévias no PSDB, caso Serra permaneça na legenda e queira a disputa.
A hipótese de Serra trabalhar pelas prévias é vista como remota pelos aecistas. Dizem que, ao começar a se movimentar, o ex-governador perceberia o apoio majoritário dos diretórios ao senador.
Mas Aécio não quer que Serra, com quem quase não fala, se torne um desafeto. Todas as declarações públicas dele citam a importância do ex-governador para o PSDB.
Até a primeira semana de outubro --prazo final para mudança de partido em tempo de concorrer em 2014--, Aécio vai retomar as viagens nacionais, interrompidas pelos protestos de junho, e deve priorizar São Paulo.
Seu objetivo é cultivar contatos regionais e preparar o terreno eleitoral. Pelo fato de disputar a Presidência pela primeira vez, o desempenho nas pesquisas atuais não preocupa tanto.
A preocupação maior é com uma eventual trajetória de recuperação de popularidade de Dilma.
Sobre Marina Silva, em que pese a ex-ministra estar à frente do tucano, Aécio ainda torce para que ela viabilize a Rede e se lance candidata. Vê nisso a chance de a disputa ir para o segundo turno.
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