Turistas e policiais são maioria em protesto fracassado em Manaus
Enquanto várias capitais do país tiveram protestos com violência, o Largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, cartão postal de Manaus, vivia uma tarde de sábado comum, com turistas passeando e crianças correndo.
Somente duas situações chamavam a atenção: os dois grupos de policiais alinhados (25, ao todo), e a cerca de ferro montada em volta do Monumento de Abertura dos Portos, localizado bem no meio da praça.
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Pela manhã, 200 pessoas haviam protestado no entorno do sambódromo, onde ocorrera o desfile do feriado. O evento maior, porém, era aguardado para a tarde: mais de 5.000 pessoas haviam confirmado presença pelo Facebook naquele que seria o principal movimento do 7 de setembro na capital do Amazonas, com uma extensa pauta de reivindicações.
Mas apenas 20 pessoas apareceram. "Parece que soltaram um boato de que a manifestação não aconteceria mais", disse um dos jovens, que não quis se identificar. "É o sistema. A gente atribui isso ao sistema, que quer nos calar."
O pequeno grupo se juntou em um canto da praça e começou a desenhar seus cartazes com palavras de ordem contra a corrupção. Passavam quase despercebidos entre casais, famílias, uma roda de samba próxima e vários turistas, boa parte estrangeiros.
Jônatas Ribeiro, 27, aceitou identificar-se. "Há vários grupos aqui, mas eu sou da União dos Movimentos do Amazonas. Não sei o que ocorreu para ninguém ter vindo. Deve ser o jogo do Brasil. Quando acabar o jogo, as pessoas vão chegar."
O jogo acabou, o grupo esperou por 30 minutos, e ninguém mais chegou. Os manifestantes, então, começaram a caminhar. Do outro lado da praça, dois policiais perceberam a debandada e fizeram sinais de alívio. Cinco minutos depois, os 40 homens também deixaram o largo.
O pequeno grupo partiu em direção ao Parque dos Bilhares, que foi o ponto de encontro da manifestação da manhã, quando 200 pessoas caminharam até o sambódromo. "Parece que no parque há uma galera reunida. Vamos nos juntar a eles", disse um deles.
Lá, apenas dois homens os esperavam. "O Brasil todo está se manifestando e o Amazonas é um dos únicos Estados que está quieto", afirmou um deles. Um carro da PM chegou, mas não ficou mais do que 20 minutos no local. A manifestação, então, virou uma roda de conversa que avançou pela noite.
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