Acuado, ministro do Trabalho diz ter aval de Dilma e promete modernização da pasta
Com o cargo em risco após denúncias de desvios em convênios da pasta, o ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), afirmou nesta sexta-feira (13) que vai "reformular todo o ministério" e que conta com o apoio da presidente Dilma Rousseff para isso.
Dias se reuniu ontem por cerca de duas horas com a presidente, que, segundo ele, determinou que o ministério, controlado pelo PDT desde 2007, tome todas as medidas necessárias para impedir novos desvios.
"Vamos mudar, modernizar. Eu tenho vontade política e a cobrança da presidente para isso", afirmou Dias, durante discurso na abertura do Fórum Nacional de Secretarias Estaduais do Trabalho (Fonset), em Curitiba.
Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou operação por causa de um suposto desvio de R$ 400 milhões do ministério de acordos com uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) feitos nos últimos cinco anos. A investigação resultou na prisão de dois funcionários da pasta e provocou a queda do número 2 do Ministério do Trabalho, o secretário-executivo Paulo Roberto Pinto, que foi ministro interino em 2011 e 2012.
Em 2011, uma investigação semelhante, também sobre desvios em convênios, enfraqueceu o então ministro Carlos Lupi, que saiu do cargo alguns meses depois. Na época, foi feita uma revisão dos contratos da pasta, dentro do espírito de "faxina" que derrubou seis ministros e marcou o governo Dilma naquele ano.
Desta vez, Dias também anunciou um pente-fino nos contratos logo após a operação da PF. Nesta sexta-feira, ele reforçou que pretende uma auditoria rigorosa. "Não vai ficar nada para trás. Tudo o que tiver a possibilidade de dar errado não vai ter mais."
Dias deixou o evento logo após o discurso e evitou os jornalistas, afirmando estar com pressa. Diante da insistência dos repórteres, que o seguiram até o elevador, reafirmou que os contratos com o IMDC, Oscip investigada pela Polícia Federal, foram cancelados e que outros serão, caso sejam encontradas irregularidades.
Ele não deu detalhes da reunião com Dilma nem respondeu a perguntas sobre a garantia de sua permanência no ministério.
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