Em Brasília, Eduardo Campos diz que Marina procura caminho intermediário
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou que a definição sobre a ida de Marina Silva para seu partido sairá na tarde de hoje. Contudo, a Folha apurou que a ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB admitindo a possibilidade de sair como candidata a vice na chapa de Campos nas eleições presidenciais do ano que vem.
Após uma corrida de quatro quilômetros pelo Parque da Cidade, na região central de Brasília, por volta das 11h, o Campos (PSB) disse à Folha que não havia conversado com Marina e que ainda esperava uma resposta do grupo da pré-candidata ao convite para que ela e seu grupo entrem no PSB.
Campos, que não revelou o momento que chegou à cidade, contou que interlocutores de seu grupo e o de Marina estavam conversando para decidir se ela entra no partido ou não. Segundo ele, a decisão deverá ser tomada até 18h. "Meia noite vai sair onde?", perguntou o governador que corria ao lado do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), líder do partido na Câmara.
Campos disse ainda que vinha ajudando a formação da Rede e assinou o apoio à criação do partido de Marina. Segundo ele, a Rede tem afinidades histórias e atuais com o PSB e, por isso, ofereceu o partido para que os integrantes da nova agremiação possam se manter coesos após a negativa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em aprovar a legenda em tempo de disputar a eleição em 2014.
TSE julga registro do partido de Marina Silva
"Ela [Marina] teve uma série de reuniões depois da decisão do TSE e consultas a essas pessoas que imaginavam que deveriam fazer um movimento mais organizado.
Ao invés de fazer uma coisa dispersada. Algo que reconheça a existência da Rede politicamente. Ela não está reconhecida formalmente, mas está em constituição e vai estar daqui a pouquinho. Tem gente lá defendendo essa tese", afirmou.
Campos, contudo, reconheceu que não é uma decisão fácil para o novo partido. "Não é uma coisa muito simples porque lá é uma turma muito eclética.
Mas, a decisão é procurar ter um rumo comum, respeitando que alguns não vão se sentir... Essa turma está trabalhando isso com o apoio dela, mas não tem uma decisão", disse o governador.
Perguntado se as conversas envolviam a candidatura de ambos em 2014, Campos respondeu que não. "Ela não está preocupada com candidatura agora. Ela está preocupada em dar uma resposta à polarização e a essa situação política.", disse o governador dizendo que Marina tenta um caminho intermediário.
"Se ela fica sem partido, vão chamar ela de lunática, que deixou tudo mundo na mão. Se ela vai para um partido tradicional, vão dizer também que ela queria um partido para chamar de seu".
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