Estatal diz que falha humana tirou Marina do ar em canal do governo
A EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) disse nesta terça-feira (22) que uma falha humana impediu a retransmissão pela TV Brasil do programa "Roda Viva", que teve Marina Silva como entrevistada.
A emissora afirmou ter enfrentado, na segunda-feira à noite, no início do programa, problemas no Rio que tiraram do ar a programação com a possível candidata à Presidência.
O sinal é enviado pela TV Cultura, em São Paulo, à TV Brasil para a retransmissão em rede nacional. A Cultura disse que seu sinal foi gerado e distribuído normalmente.
Avener Prado/Folhapress | ||
Marina Silva nos estúdios da TV Cultura durante o programa Roda Viva |
Segundo a EBC, que administra a TV Brasil, houve falha humana no "acionamento do código que faz o alinhamento do sinal", no Rio. Um técnico não teria conseguido sincronizar a transmissão, e a emissora optou por exibir o programa nesta terça, às 22h.
"Assim que tudo foi resolvido, 17 minutos depois do início do programa, a diretoria de conteúdo e programação da emissora tomou a decisão de exibi-lo na íntegra hoje, no mesmo horário", afirmou a EBC.
A emissora decidiu, então, reprisar para a rede o programa protagonizado pelo artista plástico Nuno Ramos.
Em 2008 ocorreu caso semelhante, quando a TV Brasil não transmitiu o "Roda Viva" que entrevistou o delegado Protógenes Queiróz, responsável pela Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. Na época, a emissora disse que houve equívoco de responsáveis pela programação.
À Folha a ministra Helena Chagas (Comunicação Social), que preside o conselho da EBC, disse que não houve intervenção do Planalto.
O deputado Walter Feldman (PSB), aliado de Marina, disse que "não há por que suspeitar de motivação política" no caso.
ENTREVISTA
A ex-senadora afirmou ontem que, se sua chapa saísse vitoriosa da disputa pelo Planalto em 2014, procuraria os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para ter governabilidade no Congresso.
Marina, que é potencial candidata à sucessão de Dilma Rousseff, tem feito série de críticas ao modelo de presidencialismo de coalizão, adotado desde a redemocratização do Brasil. Apesar de dizer que recorreria aos ex-presidentes, lembrou que o tucano foi "tutelado" por Antonio Carlos Magalhães (DEM) e o petista, pelo senador José Sarney (PMDB).
A ex-senadora se filiou ao PSB em 5 de outubro, ao ver negado o pedido de registro do partido que tentava criar --a Rede Sustentabilidade.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade