Corregedor vai investigar procurador que teria atrasado investigações do caso Alstom
O corregedor nacional do Ministério Público, Alessandro Tramujas, abriu nesta quarta-feira (30) um procedimento para investigar o procurador da República em São Paulo, Rodrigo de Grandis.
Ele teria demorado em prestar auxílio a procuradores da Suíça que investigam negócios feitos pela multinacional francesa Alstom, o que levou ao arquivamento de parte das investigações.
Na terça-feira (29), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia pedido que a Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal investigasse o caso.
Conforme a Folha revelou no sábado (26), a Ministério Público da Suíça desistiu de contar com a colaboração do Brasil e arquivou parte do caso Alstom.
Joel Silva-02.dez.08/Folhapress | ||
Procurador da República Rodrigo de Grandis concede entrevista na sede do MPF (Ministério Público Federal), em São Paulo |
O pedido de cooperação havia sido feito em fevereiro de 2011 --a Suíça pedia que o Ministério Público Federal brasileiro interrogasse quatro suspeitos do caso, analisasse a movimentação financeira deles no país e fizesse buscas na casa de João Roberto Zaniboni, um ex-diretor da estatal CPTM.
Nenhum pedido foi atendido. Segundo de Grandis, responsável pelas investigações sobre os negócios da Alstom no Brasil, houve uma "falha administrativa": a solicitação da Suíça havia sido arquivada numa pasta errada e isso só foi descoberta na semana passada.
PEDIDOS
O Ministério Público da Suíça havia pedido que Grandis fizesse buscas na casa de Zaniboni porque ele é acusado de receber US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na Suíça.
A procuradoria suíça também pediu que fossem interrogados os consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos, suspeitos de atuar como intermediários de pagamento de propina pela Alstom. Segundo os procuradores da Suíça, Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira foram os responsáveis pelos repasses ao ex-diretor da CPTM.
Eles haviam sido indiciados pelas autoridades suíças por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Arthur Teixeira é o único que continua sendo investigado. Ele é controlador da empresa Gantown, sediada no Uruguai, que teria feito repasses da Alstom para Zaniboni entre 1999 e 2002.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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