Aécio tenta unificar discurso tucano para ampliar projeção
Principal nome do PSDB para disputar a Presidência da República em 2014, o senador Aécio Neves (MG) tenta unificar o discurso do partido para avançar com mais ressonância no terreno de oposição ao governo federal, que tem sido ocupado pela candidatura do PSB, com a aliança de Eduardo Campos e Marina Silva.
Desde o início do mês, a equipe de Aécio encaminha às segundas-feiras uma mensagem via e-mail com o que chama de "tema da semana" para todos os diretórios estaduais do partido.
Em evento esvaziado, Aécio pede 'unidade' ao PSDB
"Vamos deixar o Serra falar", diz Aécio sobre críticas de tucano
O objetivo é dar mais exposição à fala do senador mineiro, presidente nacional da sigla, e fazer com que governadores, deputados, prefeitos e vereadores tucanos reproduzam o discurso que Aécio apresenta em Brasília.
Aécio tem dito que o PSDB está com "um exército desarticulado" e a cúpula de sua pré-campanha tenta neutralizar discursos internos dissonantes, principalmente após as críticas que o ex-governador de São Paulo José Serra fez ao próprio partido.
Na semana passada, o paulista afirmou que o PSDB é complexado e "tem necessidade de ser aceito pelo PT".
Durante evento em Porto Alegre anteontem, porém, o senador descolou sua posição das opiniões de economistas ligados ao PSDB e que ajudam na formulação de um futuro programa de governo.
Entre as ideias aventadas estavam a revisão da política de desoneração e da lei que torna automáticos os aumentos do salário mínimo.
Preocupado com temas que tenham impacto eleitoral negativo, Aécio preferiu deixar de lado a unidade do discurso e disse que ouve muitas pessoas, mas que não tem "porta-vozes".
SINAL AMARELO
O sinal amarelo na pré-campanha do senador acendeu quando a última pesquisa Datafolha, divulgada em outubro, apontou vitória da presidente Dilma Rousseff ainda no primeiro turno, com 42% das intenções de voto. Aécio aparece em segundo lugar, com 21%, seguido de perto por Campos, com 15%.
Nesta semana, o tema escolhido para ser debatido --e ecoado-- pelos tucanos nos Estados é a saúde. A orientação é seguir o discurso: "Mais Médicos e menos dinheiro para a saúde? Esse é o governo do PT".
Isso porque o governo derrubou ontem no Senado uma emenda do senador Cícero Lucena (PSDB-PB) que propunha elevar o percentual de aplicação na saúde em 18% da receita líquida da União nos próximos quatro anos.
Aécio tem dito que não irá criticar o programa Mais Médicos, uma das principais bandeiras do governo federal e com grande aceitação popular, segundo pesquisas do Planalto e do próprio PSDB.
A alternativa proposta pelo tucano é tentar tirar o tema do debate eleitoral ou, pelo menos, mudar o foco da discussão, acusando o governo de não deixar passar no Congresso nenhuma medida que aumente os gastos públicos, mesmo que para a saúde.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade