PT prepara nova manobra para adiar discussão sobre cassação de Genoino
Empenhada em tentar garantir a aposentadoria do deputado licenciado José Genoino (PT-SP), a bancada do PT trabalha uma nova manobra para adiar a reunião da cúpula da Câmara que vai discutir a abertura do processo de cassação pela condenação no mensalão.
O encontro está marcado para quinta-feira (28), mas a ideia dos petistas é jogar a reunião para a próxima semana. A estratégia é forçar o cancelamento da sessão ordinária prevista para essa quarta-feira (27).
Junta médica da Câmara faz avaliação de Genoino e abre caminho para aposentadoria
A Casa só realizaria sessão extraordinária que não entram na contagem do prazo de vista sobre a abertura do processo de cassação feito na semana passada pelo deputado André Vargas (PT-PR).
Os petistas apostam no laudo da junta médica da Câmara que reavaliou o estado de saúde de Genoino para decidir sobre a aposentadoria. O laudo deve ser divulgado na quarta. A junta médica esteve com o deputado licenciado na segunda-feira (25).
TRIPUDIAR
Em uma reunião reservada, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) questionou se líderes da oposição iriam tripudiar se a Casa concedesse a aposentadoria a Genoino. Eduardo Alves esclareceu que o PT aposta que os médicos da Câmara vão indicar pela aposentadoria.
Segundo relatos, o presidente da Câmara indicou que o laudo poderia pedir mais tempo para decidir sobre a aposentadoria já que inicialmente os médicos pediram para reavaliar o petista em janeiro.
PT trabalha para que a aposentadoria saia logo para evitar o desgaste da cassação e garantir R$ 26,7 mil de remuneração ao deputado.
Preso há mais de uma semana devido à sua condenação a 6 anos e 11 meses, sendo 4 anos e 8 meses de prisão por corrupção ativa --por 9 votos a 1--, e a 2 anos e 3 meses por formação de quadrilha --por 6 a 4, Genoino, passou por cirurgia cardíaca em julho e vem apresentando problemas de pressão alta.
Ele chegou a ser transferido do Complexo Penitenciário da Papuda para um hospital em Brasília, mas deixou o local no domingo e foi para casa de um familiar. Afastado da Câmara, o deputado só seria reavaliado em janeiro, mas com a prisão e a chance de responder ao processo de cassação, pediu para a Casa acelerar o processo.
Se o pedido de cassação começar a ser analisado, terá de passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e por votação em plenário, onde precisa de pelo menos 257 dos 513 votos para ser aprovado. Nos bastidores, deputados apostam que se houver o processo, ele será rejeitado.
Editoria Arte/Folhapress | ||
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