Peçam à Justiça o fim do sigilo da investigação do metrô em SP, diz ministro a deputados
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) sugeriu aos deputados nesta quarta-feira (4) que peçam à Justiça o fim do sigilo da investigação sobre fraudes na licitação do metrô de São Paulo e Distrito Federal.
"Não há outra alternativa. Assim, o teor dos depoimentos, das investigações, será colocado ao publico. Eu não posso eu requerer isso, mas vossas excelências podem. Eu me comprometo a vir aqui trazer os documentos [se o sigilo cair]", afirmou o ministro.
Com ironia, Cardozo diz que lição sobre investigações veio da oposição
Cardozo também respondeu as críticas da oposição, que chegou a pedir a demissão dele do Ministério da Justiça. O ministro prometeu processar todos os que atacaram.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, escuta as colocações do deputado José Aníbal (PSDB-SP), em audiência pública |
"Não fiz ameaças. O ministro que aceitar passivamente ser chamado de bandido, vigarista, não vale o cargo. Um ministro não pode ser chamado de quadrilheiro. Fiz não para ameaçar, tolher sua liberdade de expressão, fiz porque não posso permitir que o ministro da Justiça seja injuriado", afirmou, depois de ouvir novas críticas do deputado José Aníbal, que retomou o mandato na Câmara somente para participar da audiência com Cardozo.
Nesta quarta, o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) perguntou se ele próprio estava sendo investigada pela Polícia Federal ou pelo Cade (Conselho de Direito Econômico), que apuram as denúncias de corrupção e formação de cartel, respectivamente.
"O fato de a pessoa ser citada num inquérito não significa que estão sendo investigada. Posso afiançar que até o momento não houve solicitação de investigação ao Supremo Tribunal Federal", afirmou o ministro aos deputados. Para que um parlamentar seja investigado é preciso da autorização do STF.
Os nomes de políticos, em especial de tucanos, são citados em documentos atribuídos a um ex-diretor da Siemens, segundo quem haveria um esquema de corrupção e pagamento de propina em governos tucanos de São Paulo. Esses papeis fazem parte de investigação da Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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