Alckmin não consegue substituir secretários
Tem sido difícil para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), encontrar nomes que aceitem integrar o primeiro escalão de sua equipe. Diversas pessoas que foram sondadas para comandar secretarias recusaram os convites.
Sondado sobre a possibilidade de reassumir um posto no governo, o ex-secretário de Agricultura João de Almeida Sampaio disse a pessoas próximas que o tempo que resta de governo é pouco para imprimir um novo estilo na administração.
Sampaio chefiou a Agricultura durante a gestão de José Serra, de 2007 a 2011. Francisco Luna, outro nome ligado a Serra, também foi acionado por aliados de Alckmin. Ele teria encerrado as conversas usando a mesma alegação de Sampaio. Luna foi secretário de Planejamento.
De perfil semelhante, o economista Horácio Lafer Piva foi mais um a dizer "não" ao Palácio dos Bandeirantes, quando cotado para assumir o Planejamento.
Cogitava-se, na ocasião, que o atual secretário da pasta, deputado Julio Semeghini (PSDB), deixaria o governo para disputar a reeleição. Semeghini, porém, tem dado sinais de que vai deixar de concorrer ao Congresso para permanecer no Bandeirantes.
Pela lei eleitoral, políticos que queiram disputar a eleição devem deixar seus cargos no Executivo até abril.
A decisão de Semeghini fez com que fosse cotado para substituir Edson Aparecido (PSDB) na casa Civil. As conversas não prosseguiram.
A partir daí, o atual secretário de Transportes, Saulo de Castro, passou a ser uma opção para a Casa Civil. Ele tem uma relação pessoal com Alckmin. Na gestão anterior do governador, foi seu secretário de Segurança. A proximidade e o perfil "workaholic" teriam levado Alckmin a, agora, entregar a ele a casa Civil, como revelou a coluna Painel na semana passada.
Aparecido, que é deputado federal, vai concorrer novamente à Câmara. Na cúpula do PSDB, defende-se que ele coordene a campanha de Alckmin à reeleição.
Ele, que foi nesta gestão o principal interlocutor político de Alckmin, é um dos políticos citados no escândalo Siemens, que investiga cartel e pagamento de propina a agentes do governo paulista durante as gestões tucanas.
Os secretários José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) também foram citados no caso. Ambos são deputados, o primeiro pelo PSDB e o segundo pelo DEM, e vão tentar reeleição. Eles devem deixar o governo antes de Aparecido, já após o Carnaval.
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