PF apreende telas com 'dama do câmbio' na Operação Lava a Jato
A Polícia Federal está à procura de um museu para guardar dez quadros apreendidos com uma das investigadas da Operação Lava a Jato, deflagrada semana passada para apurar negócios de quatro doleiros que teriam movimentado, de forma suspeita, mais de R$ 10 bilhões.
Na coleção atribuída pela PF à doleira Nelma Kodama, presa com euros na calcinha, estariam telas de Di Cavalcanti e Iberê Camargo, expoentes das artes plásticas brasileiras no século 20.
Haveria também uma tela de Renoir, mestre do impressionismo, mas esta os técnicos que avaliaram os quadros dizem que é falsa.
No dia da operação, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à doleira que, segundo a polícia, se define como "grande dama do mercado de câmbio". Encontraram, então, os quadros.
Técnicos da Secretaria de Cultura do Paraná constataram que as telas estão em bom estado. Ainda não há um valor estimado das obras.
A Folha apurou que a polícia quer um museu como fiel depositário das obras, por avaliar que é o local mais adequado para deixar o material.
Existe a possibilidade de as telas ficarem no museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que, segundo o governo paraense, tem estrutura adequada. A decisão, contudo, ficará a cargo da Justiça. Nelma foi presa no aeroporto de Guarulhos com € 200 mil, quase a totalidade desse valor escondida na calcinha.
Ela foi detida quando embarcava para a Europa. Na hora da prisão, teria dito que o dinheiro seria usado para comprar móveis.
Nelma está presa em Curitiba, onde a PF concentra as investigações da Lava a Jato. A Folha não localizou os advogados da doleira ontem.
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