Líderes pedem suspensão de votações para evitar derrotas no Congresso
Líderes da base aliada recomendaram nesta terça-feira (11) que o Palácio do Planalto suspenda as votações na Câmara dos Deputados para evitar derrotas na Casa em matérias importantes, como o Marco Civil da Internet.
Numa reunião, os líderes governistas de vários partidos, como Pros e PR, voltaram a reclamar da falta de cumprimento de acordo do governo em relação ao pagamento de recursos para obras apadrinhadas por governistas no orçamento. Em crise com o governo, o PMDB boicotou a reunião.
As reclamações foram em relação à verba não quitada no ano passado e também sobre a inversão na ordem de pagamento das chamadas emendas impositivas que começam a ser liberadas nas próximas semanas. O recado foi transmitido ao líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) esteve na Câmara e recebeu individualmente os líderes, discutindo as demandas das bancadas.
Após o encontro, a ministra seguiu para o Palácio do Planalto, onde se reúne com o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Os peemedebistas estiveram ao longo de toda a manhã no Palácio do Jaburu com o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Os peemedebistas devem discutir com a ministra a ameaça de rebelião do PMDB, insatisfeito com os rumos da reforma ministerial e com as alianças estaduais. O Planalto tem tentando isolar os deputados do PMDB e o Planalto jogou para o vice-presidente a tarefa de resolver o impasse do partido.
O líder do PT, Vicentinho (SP), reconheceu que a situação continua instável na base aliada. "Lamentavelmente a situação continua insegura. Não resolvida, na relação com o PMDB e outros deputados da base", disse o petista.
O vice-líder do PR, Luciano Castro (RR), afirmou que o governo precisa entender que a pauta na Casa hoje é a "pauta da eleição". Ontem, Ideli e Mercadante chamaram o PR para uma conversa. Segundo relatos, o clima não foi bom e aumentou a tensão.
Na votação de hoje, Vicentinho deve tentar anular o pedido de criação de uma comissão externa para investigar suspeita de pagamento de propina por uma empresa da Holanda para Petrobras. O petista vai argumentar que não há oficialmente uma investigação naquele país envolvendo a estatal brasileira. A comissão é articulada pelo "blocão", que reúne partidos insatisfeitos com o governo.
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