Skaf critica falta de investimentos para evitar crise de desabastecimento em SP
O pré-candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, criticou nesta terça-feira (18) a falta de investimentos do governo estadual para evitar crises de abastecimento de água nos municípios paulistas. Segundo ele, os racionamentos tornaram-se recorrentes em São Paulo nos últimos anos e medidas que poderiam minimizar o atual quadro de escassez não saíram do papel.
O peemedebista participou na manhã de hoje da abertura do 9º Seminário Água, Saúde, Enchentes e Escassez, promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),entidade da qual ele é presidente, em parceria com a SOS Mata Atlântica. O pré-candidato lembrou que o evento vem sendo promovido nos últimos anos na semana do Dia Mundial da Água, mas acrescentou que, neste ano, ocorre em um momento "preocupante".
"A cada dez anos, nós temos uma crise forte. Agora mesmo, eu encontrei um ex-presidente da Sabesp o qual me disse que, em 1994, houve um problema de escassez de água. Em 2004, nós tivemos outro problema. E estamos em 2014. Pelo jeito, a cada dez anos tem um problema. Então, o que precisamos é rezar para chover, mas rezar também para que os governos tomem providências para que a gente não precise a cada dez anos depender de São Pedro", afirmou.
O dirigente Fiesp cobrou investimentos do poder público que deem garantias para que não haja mais crises de desabastecimento em São Paulo. Ele lembrou que ainda "está no papel" o projeto do Sistema Produtor São Lourenço, que prevê o aumento da capacidade de distribuição de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo.
A previsão do governo estadual, que assinou no ano passado contrato de parceria público-privada para a construção da estrutura, é de que ela entre em operação apenas em 2018.
"Não podemos a cada dez anos ficar em uma situação de emergência. E, o que é mais importante, o que foi feito nos últimos dez anos? O que foi feito para aumentar os reservatórios? Nós tínhamos um projeto do Reservatório de São Lourenço que está no papel. Na verdade, não foi feito nada. O que foi feito para eliminar, por exemplo, o desperdício nos vazamentos da Sabesp? Se foi feito alguma coisa, não foi com resultados concretos", criticou.
O peemedebista não é o primeiro pré-candidato ao governo paulista a criticar a atual administração pela crise de desabastecimento em São Paulo. Na semana passada, o ex-ministro Alexandre Padilha, do PT, culpou o governador Geraldo Alckmin pelo racionamento de água. Segundo ele, "falta sinceridade e responsabilidade" ao governo de São Paulo.
PROVOCAÇÃO
Na segunda-feira, a Fiesp publicou nos principais jornais de São Paulo uma publicidade sobre o evento promovido hoje. O enunciado da propaganda "Água. São Paulo Corre Perigo" foi visto como uma provocação por lideranças do PSDB em São Paulo.
A Folha apurou que o tema foi discutido em uma reunião semanal da legenda, na qual se concluiu que a publicidade permite concluir que houve "uma promoção pessoal da pré-candidatura de Paulo Skaf". O partido decidiu, contudo, não acionar por enquanto a Justiça Eleitoral e esperar que a Procuradoria Regional Eleitoral ingresse com uma representação por propaganda eleitoral antecipada.
"O objetivo não é provocar ninguém, é uma chamada ao seminário de hoje. Então, é natural ter uma frase de efeito e que esteja na pauta do dia para que as pessoas se interessem pelo seminário. Agora, eu acho que tem gente com consciência pesada, porque está vendo provocação onde não existe ", afirmou hoje o pré-candidato do PMDB.
Na semana passada, a Justiça Eleitoral proibiu, em caráter liminar, o peemedebista de aparecer em campanhas publicitárias da Fiesp no rádio ou na televisão. A representação, que foi protocolada pela Procuradoria Regional Eleitoral, ainda será julgada pela corte do TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade