PF faz busca da casa do filho de ex-juiz federal
A Polícia Federal fez nesta sexta-feira (11) uma operação de busca e apreensão na casa de um filho do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Célio da Rocha Mattos Neto é investigado pela Operação Lava Jato por suspeitas de ligação com a doleira Nelma Kodama.
Rocha Mattos ficou célebre por ser preso em 2003 na Operação Anaconda, sob acusação de liderar um esquema de venda de sentenças na Justiça federal. Perdeu o cargo e foi condenado a 12 anos de prisão. Ficou preso até ganhar o direito ao regime semi-aberto, em 2011.
Nelma foi presa no último dia 14 com 200 mil euros escondidos na calcinha quando tentava embarcar para Milão.
Ela e o ex-juiz já foram condenados em 2011 num mesmo processo judicial, resultado de uma operação da PF chamada Dolce Vita.
Era uma referência ao gosto dela por cinema, celebridades e moda. Nelma usava o apelido de Greta Garbo em mensagens interceptadas pela PF e um de seus emails tinha o nome da atriz Cameron Diaz.
Ela foi condenada em 2011 a três anos de prisão, convertida em multa e prestação de serviços porque fez uma delação premiada –disse que contaria à Justiça o que sabia sobre remessas ilegais de dólares em troca de uma pena menor.
Na delação que fez há três anos, ela disse que o ex-juiz também atuava com lavagem de dinheiro. Rocha Mattos foi condenado a seis anos e seis meses de prisão e recorre em liberdade.
O ex-juiz disse à Folha que não tem relações com Nelma há muito tempo e que a acusação que fez contra ele não tem fundamento. "Ela é proibida de entrar em casa porque é uma bandida".
A Folha não conseguiu localizar Célio para comentar a busca em sua casa. O juiz disse não ter o telefone do filho.
SALVADORA
Nelma ajudou a salvar um carcereiro que teve um princípio de infarto na sede da Polícia Federal em Curitiba, segundo o advogado dela, Malden Maués.
O carceireiro Julio Cezar Benitez está levando Nelma de volta à cela, na última terça-feira, quando começou a passar mal e caiu no chão. A doleira fez massagem no peito e respiração boca a boca, de acordo com o advogado.
Como o carcereiro não reagia, ela deu três aspirinas para Benitez tomar –o ácido acetilsalicílico do remédio tem propriedades anticoagulantes.
Nelma contou que pegou o molho de chaves, abriu uma cela onde um médico estava preso e eles dois cuidaram do atendimento do carcereiro.
A assessoria da PF em Curitiba confirmou que o carcereiro teve um princípio de infarto, mas não quis comentar sobre o suposto papel de Nelma no socorro a ele.
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