Ex-deputado condenado no mensalão vai usar tornozeleira eletrônica
Condenado a sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do mensalão, o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) deverá começar a trabalhar em uma clínica médica em Garanhuns (PE), nesta terça-feira (29), usando uma tornozeleira eletrônica.
A permissão para trabalho externo foi concedida pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
A clínica popular é mantida pela Associação Comercial de Garanhuns, município a 36 quilômetros de Canhotinho, onde Corrêa cumpre pena desde o início do ano.
A vaga de radiologista foi viabilizada pelo prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), membro e ex-presidente da associação comercial.
O prefeito diz conhecer "muito pouco" o ex-deputado, mas afirma ter contato com Fábio, um dos filhos de Corrêa. "Foi o filho dele que falou comigo para eu arranjar um espaço para ele porque ele está bem pertinho daqui", afirmou Régis, por telefone, à Folha.
"Não vejo nada demais em uma pessoa trabalhar. Ele vai cumprir o trabalho dele, que é melhor que ficar sem fazer nada dentro de uma penitenciária, principalmente as penitenciárias brasileiras que não recuperam ninguém", disse o prefeito.
De acordo com Régis, Pedro Corrêa não terá contato direto com pacientes. Ele fará os laudos das radiografias, que, desde 1998, quando a clínica foi aberta, eram feitos por radiologistas no Recife, que recebiam os exames via internet.
Segundo o prefeito, Corrêa trabalhará seis horas diárias, de segunda a sexta-feira, e receberá mensalmente três salários mínimos (R$ 2.172). Após o trabalho, ele terá que dormir na penitenciária. O ex-deputado tem direito a 35 saídas por ano.
A Folha não conseguiu contatar nesta segunda-feira (28) o filho de Fábio Corrêa, filho do ex-deputado.
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