Por 'cautela', ex-diretor da Petrobras deixa presídio comum e volta para PF
A pedido da administração penitenciária do Paraná, numa "medida de cautela", o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deixou nesta sexta-feira (2) o presídio comum em que estava desde o início da semana e retornou para a sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde estava detido inicialmente.
Costa foi um dos alvos da Operação Lava Jato, da PF, deflagrada em março, e hoje responde a processo por suspeita de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Ele estava sozinho numa cela destinada a presos com ensino superior, na Penitenciária Estadual de Piraquara (região metropolitana de Curitiba). O presídio comporta cerca de 900 presos. As visitas de seu advogado eram feitas num ambiente coletivo.
Segundo a secretária da Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, não houve notícias ou queixas de ameaça à sua integridade física, mas, por "medida de cautela", optou-se por pedir a transferência dele para um presídio federal.
"Achamos que seria mais conveniente, com toda essa repercussão, para evitar qualquer risco, que ele ficasse em presídio federal", afirmou à Folha. "Pela própria segurança pessoal dele."
Daniel Marenco - 25.abr.2014/Folhapress | ||
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela PF na Operação Lava Jato |
O juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ordenou sua transferência, inicialmente, para a superintendência da Polícia Federal na capital paranaense, onde ele estava detido desde a eclosão da operação. Ele chegou ao local no início da tarde de hoje.
O magistrado também determinou que a penitenciária federal de Catanduvas, no oeste do Paraná, verifique a possibilidade de receber o ex-diretor, que está preso preventivamente –ou seja, só será solto mediante ordem judicial.
Diretor de Distribuição da Petrobras entre 2004 e 2012, Costa é acusado de participar de um esquema envolvendo fornecedores da estatal. A denúncia apresentada à Justiça o acusa de ter desviado recursos públicos da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco.
O advogado de Costa, Fernando Fernandes, pediu à Justiça que ele seja transferido para o Rio de Janeiro, onde está a família dele, e que tenha a prisão convertida em medidas alternativas, como a prisão domiciliar.
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