Agentes penitenciários de Pernambuco ameaçam entrar em greve
Os agentes penitenciários de Pernambuco farão um protesto pelas ruas e avenidas centrais do Recife nesta quinta-feira (15) à tarde e ameaçam entrar em greve a partir do dia 21, quando voltam a se reunir para uma assembleia.
O Estado enfrenta uma greve de policiais e bombeiros militares, com saques no centro do Recife e em Abreu Lima, na região metropolitana da capital.
"Nosso movimento não tem ligação com o dos policiais e bombeiros", disse à Folha o sindicalista Sandro Aires de Oliveira, diretor do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco.
Um encontro entre as duas categorias não está descartado apesar da afirmação de Oliveira. Os agentes também pretendem se concentrar em frente à sede do governo estadual, onde estão os PMs do Estado. Caravanas do interior vão se juntar aos servidores da capital.
Os agentes estão insatisfeitos com o descumprimento de acordo feito em 2007 para beneficiar os funcionários que fazem curso de especialização. Segundo o diretor do sindicato, o plano de cargos e carreiras prevê que os especializados tenham uma progressão funcional, o que não ocorre há dois anos.
"O pessoal corre atrás, estuda, apresenta o certificado, e o Estado não paga", afirma Oliveira.
De acordo com ele, os agentes também não aceitam perder o vínculo com a Polícia Civil, que está na origem da criação dos cargos. A identidade funcional de agente ligado à Polícia Civil garante benefícios como aposentadoria especial e porte de arma federal.
"Somos em 1.400 agentes para 30 mil presos. Um dos números mais baixos do país", afirma o sindicalista. Segundo ele, há insatisfação também com o piso salarial, que é de R$ 2.200. "Com certeza há a possibilidade de greve, mas estamos abertos ao diálogo".
O secretário de Imprensa de Pernambuco, Ivan Maurício Monteiro dos Santos, afirmou que a decisão do governo é atender todos os grupos de trabalhadores que buscam negociação. Ressaltou, no entanto, que todas as negociações salariais para o período foram encerradas ano passado. Ele vê um equívoco na suposta tentativa de aproveitar o clima de Copa para reabrir negociações.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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