PSDB de Minas confirma Anastasia ao Senado e define chapa 'puro-sangue'
O ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia foi confirmado nesta sexta-feira (16) como candidato do PSDB ao Senado no Estado. A chapa que ele comporá terá o ex-ministro Pimenta da Veiga como candidato ao governo e será homologada em convenção em 10 de junho.
Anastasia, que renunciou ao governo de Minas no último dia 4 de abril, será também o coordenador do programa de governo do senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República e padrinho político.
O candidato a vice-governador é o deputado estadual Dinis Pinheiro, atual presidente do Legislativo mineiro, que deixou o PSDB no rearranjo partidário de outubro do ano passado e se filiou ao PP.
Essa manobra partidária foi feita unicamente com o objetivo de preparar o nome de Pinheiro para ser o candidato a vice de Pimenta. Foi a forma que os tucanos encontraram de formar uma espécie de chapa "puro-sangue" disfarçada.
Se ficasse no PSDB, o nome de Pinheiro dificilmente entraria na chapa porque mais um tucano não iria agradar aos partidos aliados. Arranjou-se então esse expediente, sem causar nenhuma queixa dos 19 partidos aliados.
Na próxima segunda-feira (19), com a presença de Aécio, acontecerá o lançamento oficial da chapa em um evento público que terá a participação das militâncias partidárias.
O nome de Pimenta foi uma escolha pessoal de Aécio, que o trouxe de volta à vida pública após dez anos de afastamento. A morte de um filho do ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso precipitou o seu afastamento da política partidária.
Pimenta montou escritório em Brasília e passou a advogar. E foi por causa desse trabalho que ele agora foi indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 300 mil do empresário Marcos Valério de Souza –que cumpre prisão em regime fechado por causa do mensalão do PT.
A PF afirma que, em 2003, Pimenta não justificou o dinheiro recebido das agências de Valério, que tiveram as contabilidades reviradas por causa do escândalo do mensalão. Descobriu-se, então, esse pagamento em quatro parcelas de R$ 75 mil.
Pimenta afirma que o indiciamento só ocorreu porque ele é candidato. Diz ser um ato "político-eleitoral" porque na época prestou todas as informações à PF e à CPI que apurou o mensalão do PT no Congresso. Ele disse ainda ter declarado os valores recebidos em 2003 no seu Imposto de Renda, embora isso tenha ocorrido
somente por retificação em 2005.
Pimenta terá como principal adversário em Minas o ex-ministro petista Fernando Pimentel, que em fevereiro passado deixou o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para viajar pelo Estado. Os dois pré-candidatos já percorreram cada um mais de cem cidades.
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