Uso da PM é lamentável, diz sindicato de metroviários
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo afirma ser "lamentável" que governo do Estado tenha determinado à Polícia Militar que atuasse em piquetes feitos por grevistas na manhã desta sexta-feira (6).
Houve confronto na estação Ana Rosa, onde metroviários em greve faziam um piquete para tentar convencer outros trabalhadores a aderir à paralisação. A Tropa de Choque foi acionada e usou bombas de gás e balas de borracha para dispersar o movimento.
"Infelizmente a PM está aí pra proteger o governo, mas é lamentável que eles obedeçam a ordem e entrem em conflito com o trabalhador. Gostaria que a policia fosse voltada para a proteção do cidadão, mas sabemos que eles seguem ordens", disse Ciro Moraes, diretor do sindicato.
Ele afirma que os piquetes são pacíficos e que os grevistas "tentam convencer o trabalhador na base do convencimento". "O metroviário que chega pro serviço entende a nossa luta. Ninguém botou a mão em ninguém".
"O governo está tentando garantir a propaganda de que o metrô está funcionando, mas a greve é um sucesso absoluto", disse. Segundo Moraes, o metrô só está funcionando parcialmente porque há supervisores, com cargos de chefia, e outros funcionários administrativos, que estão trabalhando.
O sindicato afirma que nenhum operador de trem recebeu telegrama convocando a volta ao trabalho sob risco de demissão.
"Greve é direito constitucional do trabalhador, isso é boato. É um jogo do governo, que tenta fazer terrorismo para pressionar os trabalhadores a romperem com o movimento", afirmou.
A categoria fará uma nova assembleia às 17h para definir os rumos da greve, mas Moraes afirma que "sem nenhuma nova proposta, com certeza a greve vai continuar".
"Não estamos em greve para prejudicar a população. O governo fala que não tem dinheiro, falam muito em responsabilidade fiscal, mas eles fazem muitas obras cosméticas, gastam errado o dinheiro".
Com a eventual manutenção da greve, Moraes diz esperar que a Justiça do Trabalho marque o julgamento da legalidade da paralisação para o sábado (7) –o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) está em regime de plantão no período da Copa.
"Vamos esperar o julgamento e apresentar para a categoria democraticamente. Mas não seria inédito que houvesse um resultado negativo e o movimento fosse mantido. A greve está forte e não seria fato inédito, na história da categoria, que a greve seja mantida até a vitória."
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