Choque dispersa protesto com bombas em frente a estação Ana Rosa em SP
O quinto dia de greve do metrô começou um tumulto em frente a estação Ana Rosa, na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo nesta segunda-feira. Um grupo fechou a rua Vergueiro e foi dispersado com bombas de gás e de efeito moral.
Por volta das 5h, cerca de 50 pessoas –maioria ligada a movimentos estudantis e ao MPL (Movimento do Passe Livre)– impediram o trânsito no sentido bairro da via. Eles queimaram pedaços de madeira e outros objetos para fechar a rua.
A Tropa de Choque liberou a via com bombas, por volta das 6h30. Houve correria em meio ao congestionamento que se formou na rua Vergueiro.
Cecilia Moraes levava o filho na escola quando bateu o carro, após a confusão no entorno da estação Ana Rosa. Ela subia a rua Machado de Assis quando, segundo ela, o carro em frente parou.
"Vinha numa boa conversando com meu filho, o Monza se assustou e brecou. Não sei nem o que eu faço. A sensação é péssima, não por mim, mas pelo meu filho. A sensação é que você está abandonada", desabafou ela.
O libanês Paulo Chafurd, 53, também ficou preso no congestionamento e se assustou com a ação do Choque. "Já estou acostumado com o Brasil. Isso aqui não muda", diz ele, que mora no Brasil há 23 anos.
A linha 3-vermelha funciona desde às 5h30 entre Bresser-Mooca e Santa Cecília. A linha 5-lilás funciona sem restrições. A linha 4-amarela, operada pela iniciativa privada, também funciona normalmente.
A GREVE
Apesar de decisão da Justiça considerando a greve abusiva, os metroviários de SP decidiram em assembleia neste domingo (8) continuar a greve iniciada na quinta-feira (5).
Neste domingo, os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho também determinaram que o reajuste salarial dos trabalhadores deverá ser de 8,7%, índice oferecido pelo Metrô. Os metroviários pediam 12,2%.
O TRT determinou ainda uma multa de R$ 500 mil para cada novo dia parado, e de R$ 100 mil para os quatro dias anteriores ao julgamento.
Por causa da greve, a cuidadora Dominga Rodrigues, 59, teve de mudar seu roteiro normal. Ela trabalha de madrugada, na região do Ibirapuera. Após pegar um ônibus até a Sé, costuma ir de metrô até a estação Belém. Por causa da greve, teve que descer na estação Bresser-Mooca, e vai precisar pegar outro ônibus até São Miguel, onde mora. "Nem sei direito pra onde estou indo agora."
O rodízio de veículos está suspenso na cidade. Por conta do aumento no número de carros na rua, o índice de congestionamento está a cima do normal, segundo mapeamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
No total às 7h40, havia 124 km de ruas e avenidas congestionas em São Paulo – a média para o horário é de 70 km.
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