Neblina pode provocar fechamento de aeroportos de quatro sedes da Copa
A depender do aeroporto no qual irá viajar, quem comprou passagem aérea para ver um jogo da Copa terá que torcer para... São Pedro.
A neblina será a pedra no sapato de aeroportos e dos passageiros no Mundial. Porto Alegre, Curitiba, Santos Dumont e Guarulhos são os que mais sofrem com o fenômeno, que fecha aeroportos, atrasa voos e é característico de junho e julho.
Nem todos têm tecnologia suficiente para permitir pousos e decolagens em condições de visibilidade baixa.
Porto Alegre é o pior do país quando se trata de nevoeiro. Neste terça (10), ficou fechado para decolagens de 1h35 às 10h20; os pousos só foram liberados às 10h40. Cerca de 90 voos foram afetados –e milhares de passageiros ficaram no terminal.
Segundo a Infraero, administradora do aeroporto, Porto Alegre fechou em junho 5,3% do tempo que operou.
O aeroporto deveria ter em funcionamento, desde o final de 2013, um dispositivo que permite pousos quando a visibilidade é de pelo menos 300 metros, que reduziria em 30% o seu fechamento.
Só que a autorização para o início das operações do equipamento ainda não saiu. Segundo a SAC (Secretaria de Aviação Civil), o aval será dado entre hoje e amanhã.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Curitiba é outro a sofrer. O aeroporto já tem o dispositivo de Porto Alegre (chamado de ILS categoria 2), mas precisa de um equipamento em versão mais avançada, o ILS categoria 3, no qual as aterrissagens podem acontecer com visibilidade de 175 m.
A Infraero diz que o ILS 3 começa a funcionar em 2015.
NA COPA?
No maior aeroporto do país, em Cumbica (Guarulhos), a instalação de dispositivo semelhante ao de Curitiba (ILS categoria 3) se arrasta há ao menos cinco anos, desde quando o terminal era administrado pela Infraero.
A concessionária GRU Airport esperava que o equipamento começasse a funcionar para a Copa, assim como a Secretaria de Aviação Civil.
Agora, não há mais previsões e nem a certeza de que isso acontecerá. Segundo o aeroporto, a decisão está nas mãos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que ainda analisa o caso.
Enquanto isso, voos de empresas internacionais têm que desviar quando há neblina, quando não fazem isso em aeroportos do exterior. No Santos Dumont, os morros e a baía impedem a instalação de equipamentos de auxílio ao pouso.
Diante do cenário, as companhias se mexeram para a Copa: a Azul reduziu voos nos horários em que os aeroportos mais fecham. A Gol ampliou o tempo entre um voo e outro, de modo a dilatar atrasos. A TAM, quando possível, manterá os passageiros nos aeroportos de origem.
A Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas) recomenda que os passageiros que ainda não compraram bilhetes o façam com antecedência em relação ao jogo, como na noite anterior.
Disse ainda que atenderá todos os passageiros conforme manda a lei, e que as companhias terão mais aeronaves reservas. Ponderou que "o mau tempo é uma variável crítica para a aviação mundial e que está além do gerenciamento das empresas".
Colaborou MARIANA BARBOSA
Livraria da Folha
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