Detido em protesto diz que atuou nas Farc e que iria para a Ucrânia
Os dois manifestantes presos no ato contra a Copa realizado em São Paulo na segunda (23) não se conheciam, mas chamavam atenção em outros protestos.
Vestindo saia escocesa e regata branca, o professor de inglês e ex-PM Rafael Marques Lusvarghi, 29, contava com euforia a jornalistas que tinha viagem marcada no sábado (28) para a Ucrânia, onde pretende ajudar separatistas pró-Rússia.
Disse também que retornou ao Brasil há três meses e que, no período em que ficou fora do país, participou das Farc, na Colômbia, e da Legião Estrangeira, uma força armada francesa.
Segundo o seu irmão, Lusvarghi foi policial militar no Pará e em São Paulo. É simpatizante do PMDB –em sua página na rede social Facebook, ele sorri em uma foto com o candidato ao governo paulista Paulo Skaf. O partido diz que ele não é filiado.
O professor foi preso por policiais civis no fim do ato na avenida Paulista. Ele já havia sido detido em protesto de 12 de junho, na abertura da Copa, e foi atingido por dois tiros de bala de borracha e alvo de spray de pimenta.
Avener Prado/Folhapress | ||
Rafael Marques Lusvargh e Fabio Hideki Harano (esq.) foram presos após ato anti-Copa na av. Paulista |
O outro preso, Fabio Hideki Harano, 26, estuda ciências sociais na USP e é técnico de laboratório na instituição.
Entrou na universidade em 2010, quando começou a cursar o engenharia ambiental, na Escola Politécnica. No mesmo ano, ele se transferiu para a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), onde se envolveu no movimento estudantil.
Já esteve em diversos protestos dentro e fora da USP. É conhecido nos atos como Japa e, segundo colegas, sempre usa capacete e máscara de gás para se proteger.
"Ele não se preocupa em chamar atenção, só queria proteger a cabeça. Prenderam o cara por esse visual", afirmou Vanessa Simon, 31.
Harano foi professor voluntário em cursinhos populares e sempre foi engajado na luta pela "transformação social", dizem amigos.
Em 2012, o estudante foi aprovado no concurso de técnico de laboratório promovido pela Faculdade de Medicina da USP. Dentro da universidade, ele trabalhou no Hospital Universitário.
Harano está preso no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. Lusvarghi está no 8º DP (Belém).
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