Em nota, Rede diz que grupo de Marina 'tem data para deixar PSB'
A Rede Sustentabilidade divulgou nota nesta quinta-feira (26) em que afirma que os militantes do grupo político de Marina Silva "têm data para deixar o PSB", partido do pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, que tem a ex-senadora como vice de sua chapa.
"A filiação transitória democrática permite que, tão logo a Rede obtenha seu registro na Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer nos próximos meses, seus militantes formalmente vinculados ao PSB poderão se transferir para a legenda de origem sem o risco de qualquer tipo de sanção partidária", diz o texto.
A publicação da nota acontece dias depois de o PSB ter firmado alianças polêmicas com PT e PSDB que vão contra o discurso de "nova política" pregado por Marina e pelo próprio Campos desde que os dois fecharam acordo, em outubro do ano passado. Na última semana, o partido anunciou que irá fazer parte da chapa do PSDB em São Paulo e do PT no Rio de Janeiro.
Daniel Marenco - 3.jun.2014/Folhapress | ||
Campos e Marina são recebidos por integrantes do grupo AfroRegge, na favela de Vigário Geral, no Rio |
As negociações criaram desgaste entre Marina e os integrantes da Rede, que defendiam candidatura própria nesses Estados, e Campos e seus aliados, que trabalharam pelas chapas com os partidos rivais.
Intitulado "Rede e PSB seguem alinhados aos princípios de sua aliança programática-eleitoral", o texto traz sete pontos para explicar a filiação transitória e deixar claro que, apesar de se esforçar para "replicar o compromisso assumido na disputa nacional", os partidos são "independentes e com identidades próprias que devem ser respeitadas".
Por fim, a Rede afirma que Marina participará das atividades da campanha presidencial em todos os Estados, mas sua presença em eventos relativos às candidaturas aos governos estaduais "ficará restrita aos locais nos quais a Rede está vinculada a uma das chapas da disputa".
CRIAÇÃO DA REDE
Marina decidiu aliar-se ao PSB depois que da Justiça Eleitoral barrou, em outubro, a montagem de seu partido próprio, a Rede Sustentabilidade. A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou o registro por 6 votos a 1, após concluir que seus organizadores não alcançaram o respaldo popular exigido pela legislação, de pelo menos 492 mil eleitores –faltaram quase 50 mil assinaturas.
A maioria dos ministros não acatou o pedido formulado pela Rede: o grupo queria que fossem aceitas 98 mil assinaturas rejeitadas sem justificativa pelos cartórios eleitorais nos Estados. A decisão foi tomada dois dias antes do prazo que Marina tinha para se filiar a um partido a tempo de participar das eleições deste ano.
Depois do naufrágio no TSE, Marina passou a discutir o convite recebido por oito legendas, tendo centrado seu foco no PSB e no PPS devido a dois fatores: serem duas legendas com integrantes e atuação relativamente similar à da Rede Sustentabilidade e terem já estruturas montadas nacionalmente e nos Estados.
Na época, ela tinha 26% das intenções de voto, atrás apenas de Dilma Rousseff (35%), segundo pesquisa do Datafolha do início de agosto. O PSB pretende dar à ex-senadora o mesmo peso de Campos na convenção do partido. Pouco conhecido pelo eleitorado, Campos quer explorar a imagem da aliada para tentar reduzir a distância que o separa dos favoritos Dilma e Aécio Neves (PSDB).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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