Dilma se diz ficha limpa e defende de novo plebiscito para reforma política
Um ano depois dos protestos de junho de 2013, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender em evento do PT nesta sexta-feira (27) a realização de uma reforma política no país precedida de um plebiscito.
"Quem não tem durante toda a sua vida pessoal e pública nenhum malfeito a ser registrado, como eu, presidenta da República, tem autoridade para propor [...] uma reforma política com a participação da população, porque só assim reforma política no país irá para frente. Através de plebiscito", disse Dilma.
Ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma participou em Salvador da convenção que referendou o nome de Rui Costa (PT) para disputar a sucessão do governador Jaques Wagner.
Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress | ||
Lula e Dilma na Convenção do PT da Bahia que lançou Rui Costa para governador |
A realização de uma "ampla e profunda" reforma política precedida de plebiscito foi um dos cinco pactos propostos pela presidente em rede nacional no auge dos protestos de junho de 2013. A ideia, contudo, acabou sendo abandonada após críticas de partidos aliados.
A retomada da defesa de uma reforma acontece na mesma semana em que a presidente trocou o comando o Ministério dos Transportes por pressão do PR.
O partido aliado impôs o afastamento do ministro César Borges (PR) como condição para apoiar a reeleição da presidente. Com a mudança, a petista garantiu mais um minuto e 15 segundos no horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio.
No final de semana passado, em convenção nacional do PT, Dilma já havia tocado rapidamente no tema: "Não vejo outro caminho para concretizar a reforma política do que a participação popular, mobilizando todos os setores da sociedade por meio de um plebiscito".
DESCRÉDITO
Em discurso nesta sexta-feira, o ex-presidente Lula também defendeu a realização da reforma e afirmou que a política vive um momento "descrédito" e que é preciso "moralizá-la".
"A verdade é que nós precisamos de uma reforma política porque a gente não pode continuar nessa situação de organização partidária que nós nos encontramos [...] A política aos olhos do povo parece uma coisa vergonhosa. A política aos olhos do povo parece que todo mundo é igual. Parece que todo mundo é bandido", afirmou o petista.
Mirando o público jovem que participou dos protestos de junho, afirmou que "é preciso dizer à nossa juventude que nós fazemos política e temos orgulho de fazer política". "Se tiver alguma coisa errada, vamos acertar. Mas negar a política é a pior coisa que pode acontecer", disse.
Esta semana, em vídeo gravado para a militância do PT, o ex-presidente disse que o país precisa fortalecer "mecanismos de participação popular na definição de políticas públicas".
A fala aconteceu em meio a uma disputa no Congresso Nacional em torno de um decreto, publicado há cerca de três semanas, que normatiza a participação de conselhos populares em decisões do governo federal.
Antes do início da convenção do PT da Bahia, a mestre-de-cerimônias do evento conclamou o público presente - estimado em seis mil pessoas - a assinar um abaixo-assinado pela realização de uma reforma política.
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