Irmão de manifestante preso em SP nega que ativista tivesse explosivo
O irmão do estudante Fábio Hideki Harano, um dos presos durante protesto na última segunda-feira (23) em São Paulo, disse que o manifestante está bem e é bem tratado no Centro de Detenção Provisória de Tremembé (a 147 km da capital).
Harano foi preso em flagrante, junto com o professor Rafael Marques Lusvarghi, 29. Os dois foram indiciados pela polícia por cinco crimes – associação criminosa, incitação à violência, resistência à prisão, desacato à autoridade e porte de artefato explosivo.
Avener Prado/Folhapress | ||
O estudante Fabio Hideki Harano é preso após participar do ato anti-Copa em SP |
A polícia afirma ter apreendido com Harano um artefato explosivo e uma máscara de gás e o acusa de ser adepto à tática "black bloc". Na quinta (26), a Justiça negou a liberdade provisória para os dois e determinou prisão preventiva.
Em mensagens pelo microblog Twitter, Alexandre Harano afirma que seu irmão foi bem tratado por agentes penitenciários e detentos em Pinheiros e Tremembé, para onde foi levado na última quinta (26).
Ele postou algumas mensagens que disse ser de Fábio Harano. Segundo irmão, o manifestante preso negou estar com os explosivos e o ter usado a tática "black bloc" nos protestos. "Não sou black bloc. Ser black bloc é quebrar símbolos do capital".
O ativista defendeu também o uso de máscaras de proteção. "Usar equipamento de proteção para não dispensar aos primeiros ataques da PM não é crime".
E negou qualquer associação a movimentos envolvidos nos protestos contra a Copa. "Sou sindicalista, membro do Conselho Diretor de base do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP). Não sou membro formal de nenhum partido ou corrente política".
PROTESTO
Na próxima terça (1º), o grupo Se Não Tiver Direitos Não Vai Ter Copa fará um protesto na praça Roosevelt, no centro de São Paulo, contra a prisão de Harano e Lusvarghi, vista como arbitrária pelos manifestantes.
O ato terá o apoio de outros grupos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Território Livre e Movimento Passe Livre (MPL), além de professores e ativistas de direitos humanos.
No dia seguinte, o MPL fará um novo ato em frente ao Tribunal de Justiça, na praça da Sé, contra a violência policial. Os ativistas convocaram o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, para um debate sobre "a criminalização dos movimentos sociais".
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