PT recorre da decisão da Justiça de SP que anulou convenção de Padilha
O PT ingressou na noite dessa quinta-feira (10) com recurso para derrubar uma decisão provisória do Tribunal de Justiça de São Paulo que ameaça a campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista.
O juiz Fernando Camargo, atendendo a pedido do deputado estadual Luiz Moura, anulou a convenção que lançou Padilha. Se mantida, a decisão invalida todas as candidaturas do PT no Estado.
O deputado questionou na Justiça a suspensão aplicada pelo PT por sua suposta ligação com integrantes da facção criminosa PCC.
O castigo do partido impedia sua candidatura à reeleição. Por julgar que ele não teve direito de defesa, Camargo estabeleceu a volta de Moura ao PT e anulou a convenção estadual da legenda que definiu os candidatos para as eleições de outubro.
Em seu recurso, o partido apresenta três argumentos centrais para revogar a liminar de Camargo. A primeira é que cabe ao partido decidir a quem vai dar legenda para disputar o pleito. A outra tese é que a convenção não pode ser anulada pela Justiça comum porque trata de questão eleitoral.
O PT ainda sustenta que, ao contrário do que afirma Moura, o deputado teve e exerceu seu amplo direito de defesa no processo interno que resultou em sua suspensão.
A investida de Moura para disputar as eleições provocou mais um embaraço ao partido no início da campanha eleitoral. Na reunião, além de Padilha, foram confirmados os nomes do senador Eduardo Suplicy, que busca a reeleição, e dezenas de deputados.
Em 1992, situação incomum aconteceu no Estado, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anulou a convenção do PFL (atual DEM), extinguindo a chapa que disputava a prefeitura e outras 170 candidaturas a vereador.
SUPOSTA LIGAÇÃO COM PCC
Segundo investigação da Polícia Civil, o deputado estadual Luiz Moura participou em março deste ano de uma reunião na sede de uma cooperativa de transportes na qual estiveram presentes membros do PCC. Desde o início do caso, o partido tenta isolar Moura para evitar desgastes à candidatura de Padilha.
Moura disse que está disposto a fazer um acordo com o PT para retirar a ação, caso a legenda permita que ele concorra as eleições. A sigla descarta buscar um entendimento com o deputado.
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