PSDB publica análise em que defende Aécio como 'continuidade' de Campos
De olho em capturar o espólio político deixado por Eduardo Campos, o PSDB publicou na internet uma análise que coloca Aécio Neves (PSDB) como o nome capaz de "continuar a escola" do pessebista, morto em acidente aéreo na quarta-feira (13).
Elaborada pelo ITV (Instituto Teotônio Vilela) –órgão de "estudos e formação política" do PSDB —a análise diz que Campos "espelhou-se" em Aécio durante sua gestão como governador de Pernambuco. O texto foi publicado na página do instituto na quinta-feira, um dia depois da morte de Campos.
"O ex-governador de Pernambuco era um dos representantes da boa política que mira, acima de tudo, os benefícios aos cidadãos, a gestão responsável da máquina pública, a busca pela justiça social. Em sua administração no estado, espelhou-se em outras experiências exitosas como a de Aécio Neves no governo de Minas Gerais. A escola é a mesma e será continuada", diz o texto.
Em outra comparação com Aécio, o documento afirma que o candidato do PSB "também personificava o vigor da juventude que não deixará de estar presente" nas eleições de outubro.
"As candidaturas de oposição ao governo de turno - tanto a que era capitaneada pelo candidato do PSB quanto a de Aécio Neves - representam o sentimento de união em favor do país, em contraposição ao modelo que prefere dividir para conquistar, atacar para triunfar, difamar para confundir", afirma o texto, numa clara referência à candidata à reeleição Dilma Rousseff.
Com a morte de Campos, as campanhas de Aécio e Dilma começam a traçar estratégias para buscar votos do candidato. O PT pretende fazer uma homenagem ao ex-governador de Pernambuco no primeiro programa de Dilma no horário eleitoral, que começa na terça-feira (19). Aécio também estuda dedicar parte do seu primeiro programa a Campos.
Em janeiro, o site oficial do PT publicou texto com duras críticas a Campos. O artigo dizia que o governador é um "tolo", um "playboy mimado" e que "vendeu a alma à oposição" ao descartar aliança com o PT e decidir se lançar ao Palácio do Planalto. Além de criticar Campos, o texto também fez ataques à ex-senadora Marina Silva (PSB), candidata a vice na chapa do pessebista, chamando-a de "ovo da serpente". Parte do PSB defende lançá-la candidata, após o desastre aéreo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
ACIDENTE
O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.
Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.
Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.
O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.
Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.
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