Velório tem farta distribuição de bandeiras do PSB
Dezenas de militantes do PSB estão distribuindo um quantidade aparentemente inesgotável de bandeiras com a pomba que simboliza o partido sobre o fundo preto. Onipresentes no centro do Recife, eles conseguiram entregar para boa parte das pessoas que formavam a longa fila para ver o caixão de Eduardo Campos —por volta das 10h, o tempo de espera era de cerca de 1h30.
As bandeiras pretas destoam da multidão, que, no forte calor pernambucano, preferiram vestir cores mais claras. Muitos vieram com camisas de futebol dos times da capital. Na fila, há também blocos de carnaval e bandas de fanfarra vestidos a caráter.
Os militantes também distribuíram bandeiras da campanha presidencial de Campos e do Estado de Pernambuco.
Muitos com a bandeira preta não sabiam que a pomba branca é o símbolo do PSB: "É a pomba da paz, essa bandeira é de luto", disse a enfermeira Dilma ("infelizmente", brincou) Santos, 48.
No início da manhã, havia mais pessoas na fila do que diante do palácio do Campo das Princesas, onde está o corpo de Campos. Com a chegada da presidente Dilma Rousseff e de Lula e o inicio da missa, a aglomeração diante do prédio aumentou substancialmente.
Nos canais que ladeiam o palácio, dezenas de barcos de pescadores faziam uma espécie de procissão, com as bandeiras negras do PSB misturadas a fotos de Campos e cartazes com a frase "Não vamos desistir do Brasil", que se transformou no epitáfio de facto do político pernambucano e era vista também em várias camisetas.
Acompanhado do pai, Carlos Pontes, 9, esperava pacientemente na fila com uma foto que ele tirou ao lado de Campos em 2012, quando foi recebido no palácio após ganhar um campeonato nacional de robótica.
"Eu lembro que ele atendeu a gente bem", disse o menino. Ao lado, a avó contou que ele ficou impressionado com os olhos de Campos. "Ele disse: 'Vó, os olhos dele são verde-limã'".
Com uma fantasia amarela de capitão de barco, o carnavalesco Cid Cavalcante disse que chegou ao velório às 6h e ficou por cerca de 3h. "Agora, vou beber em homenagem ao morto."
ACIDENTE
O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.
Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.
Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.
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