PSB faz força-tarefa para defender Campos de denúncias de ex-diretor
A cúpula do PSB mobilizou dirigentes do partido para levantar toda a documentação referente à construção da refinaria Abreu e Lima e preparar uma defesa do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 13 de agosto. O então presidenciável aparece na lista de políticos que teriam sido beneficiados por um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
A sigla decidiu, porém, que ainda não falará oficialmente sobre o caso. Pessebistas avaliam que o envolvimento de Campos é superficial, já que até agora não foram divulgadas provas contra ele.
A força-tarefa tem como principal objetivo blindar a candidatura de Marina Silva à Presidência da República.
A ex-senadora foi orientada pela cúpula de sua campanha a tratar do caso já na propaganda eleitoral desde sábado (6). Na noite de sexta-feira (5), em São Paulo, gravou um depoimento que servirá como "espécie de vacina" para sua candidatura diante do assunto Petrobras.
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Marina disse na TV que vai investir o dinheiro da exploração do pré-sal na saúde e educação e não na corrupção.
"No meu governo os recursos do pré-sal vão ser usados para a saúde e a educação, não para a corrupção", disse a pessebista no programa que foi ao ar na tarde de sábado.
A candidata foi apresentada como alguém que sabe dialogar e tem experiência legislativa. Outra crítica que Marina tenta rebater dos adversários é a de que não tem capacidade para fazer um governo que consiga a aprovação de projetos importantes no Congresso, visto que seu partido, o PSB, tem uma base de poucos parlamentares.
Marina ainda comentou na TV o resultado do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), em que a educação "deu um salto" em Pernambuco, Estado governado por Campos. "O resultado vem do investimento em educação integral", disse.
Segundo aliados, as acusações de que Marina não dará prioridade à exploração do pré-sal caso seja eleita em outubro são uma "cortina de fumaça" para que o PT esconda as denúncias que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, faria contra pessoas ligadas ao governo federal.
Oficialmente, Marina dirá que todas as acusações precisam ser investigadas e reforçará a ideia de que a Petrobras não pode ser utilizada para beneficiar políticos.
Afirmará ainda que está sendo vítima de uma "campanha de mentiras e boatos" e que a exploração do pré-sal é sim uma prioridade de seu eventual governo, ao contrário do que diz o PT da presidente Dilma Rousseff.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou em delação premiada o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), os líderes do Congresso, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e Eduardo Campos entre os políticos envolvidos com o esquema de corrupção, segundo informou a revista "Veja".
A cúpula da campanha de Marina foi informada sobre a divulgação da lista de Costa na tarde de sexta-feira, mas ainda não tinha confirmação sobre a citação de Campos.
A partir daí, a avaliação foi a de que a candidata precisaria ir para a televisão e se apropriar do tema. Falar da Petrobras via pré-sal, avaliam interlocutores da candidata, é uma forma de ela se defender dos ataques petistas e também criar a vacina que sua candidatura precisa.
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