PSDB de Minas vai usar na TV caso Petrobras contra o PT
O PSDB de Minas Gerais vai explorar na propaganda da TV o caso Petrobras, que o partido tem chamado de "mensalão 2". A intenção é desgastar o PT para tentar mudar o panorama da disputa no Estado.
A inclusão da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no programa eleitoral foi anunciada nesta segunda-feira (8) pelo próprio candidato a governador, o tucano Pimenta da Veiga, que está atrás do seu principal concorrente nas pesquisas, o petista Fernando Pimentel.
"Nós vamos ajudar o mineiro a refletir sobre os fatos. Isso que aconteceu na Petrobras, eu não me lembro de ter visto até hoje uma corrupção mais escandalosa, mais escabrosa do que essa", disse Pimenta.
Reprodução | ||
Propaganda do PSDB de Minas Gerais no site do partido |
A inserção desse tema na campanha é parte de uma ofensiva tucana contra o PT. Pimenta disse que os programas vão conter as propostas de governo da sigla, mas haverá também o que chama de "ação política na campanha".
No programa de TV da noite desta segunda-feira (8), Pimenta fez um pronunciamento para tratar dos desvios da Petrobras. O programa mostrou as capas de todos os jornais e revistas com manchetes para a questão, e o candidato propôs uma "reflexão sobre esse fato".
"As denúncias de mais esse caso de corrupção revelam uma sórdida trama montada para tomar de assalto a Petrobras e arrancar da maior empresa brasileira dinheiro para financiar um projeto de poder. [...] Assim como no mensalão, garantir apoio para o PT no Congresso. Mudam os nomes dos envolvidos, mas não muda o jeito PT de governar. [...] Minas e o Brasil não merecem isso", disse Pimenta.
Antes de chegar à propaganda eleitoral na TV, o caso já era explorado pelo PSDB mineiro no site da campanha.
Logo que o site é acessado, aparece uma tela na qual é feito um pedido de desculpas pelo "incômodo", mas que é para que as "mentiras" não prevaleçam.
Em duas imagens, vem o ataque: "O PT de Pimentel nega a existência do mensalão"; "a verdade: o Supremo Tribunal Federal manda prender os petistas amigos de Pimentel, e agora a revista 'Veja' denuncia o mensalão 2".
Em Minas, segundo levantamento do Datafolha da semana passada, Pimentel tem 32%, e Pimenta, 24%. Antes da propaganda, o petista tinha 29%, e o tucano, 16%.
REAÇÃO
Pimentel disse não vai entrar no "nível baixo" dos tucanos. "O adversário já proclamou publicamente que vai fazer uma campanha agressiva, chegando até à violência. [...] Acho que deve se esperar da campanha adversária um nível muito baixo, nós não vamos reproduzir isso, não, vamos continuar na nossa tranquilidade", disse.
Em nota, o PT abordou a delação de Costa atacando o PP, partido aliado nacionalmente ao PT e citado no novo escândalo. É que em Minas o PP sempre foi aliado do PSDB, que segue as orientações do presidenciável Aécio Neves.
Os petistas lembram que o governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, e o deputado estadual Dinis Pinheiro, vice de Pimenta, são os "expoentes" do PP-MG.
O PT também citou o mensalão tucano (desvio de recursos públicos na campanha eleitoral do PSDB-MG de 1998), dizendo que nunca ouviu Pimenta defender o julgamento, e citou ainda a investigação que e Polícia Federal faz sobre o candidato tucano a governador por envolvimento passado dele com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
A nota critica ainda Aécio, que tem atacado o PT após as notícias da delação.
"A meia indignação sugere o tucano no papel de lobo em pele de cordeiro, o que não condiz com a atuação republicana que se espera de um senador da República e de quem deseja ser presidente do país", afirma o texto.
Sobre a nota do PT reagindo aos ataques tucanos, Pimenta disse: "Nós não tememos nada quanto a qualquer investigação. É evidente que o PT agora vai começar a nos agredir porque isso é característico do PT, mas essa investigação na Petrobras tem que ir a fundo. O que nós queremos é isso".
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O CASO
No último final de semana, a revista "Veja" publicou que o ex-diretor da Petrobras afirmou, em depoimento, que 12 políticos estiveram envolvidos em esquema de corrupção na estatal.
Costa citou Sérgio Cabral (ex-governador do Rio), Roseana Sarney (governadora do Maranhão), João Vaccari (tesoureiro nacional do PT), Henrique Alves (presidente da Câmara), Renan Calheiros (presidente do Senado), Edison Lobão (ministro de Minas e Energia), Mário Negromonte (ex-ministro das Cidades de Dilma), os senadores Ciro Nogueira e Romero Jucá, e os deputados Cândido Vaccarezza e João Pizzolatti, além do ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto em 13 de agosto, também foi citado como beneficiário.
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