Líder do PSB defende Campos das denúncias de corrupção na Petrobras
Líder do PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) subiu à tribuna do Senado nesta terça-feira (9) para defender o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto, de ligação com o esquema de corrupção na Petrobras revelado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto da Costa.
O PSB pediu à Justiça para ter acesso ao inteiro teor do depoimento de Costa, no qual ela citou o nome de Campos e outros 11 políticos que estariam envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro na Petrobras.
"Repudiamos qualquer tipo de associação do nome de Eduardo Campos a esse episódio. E mais do que ninguém, o PSB quer esclarecer e está entrando com pedido à Justiça para ter acesso ao depoimento desse ex-diretor da Petrobras para que o partido possa defender a memória do seu líder maior", afirmou Rollemberg.
Senadores do grupo dos "independentes" vão pedir nesta quarta-feira (10) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para aprofundar as investigações sobre o depoimento de Paulo Roberto à Justiça. Além de Rollemberg, os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) vão se reunir com o procurador.
"Cabe ao procurador-geral da República, garantindo o direito de defesa, a presunção da inocência que são direitos individuais sagrados, fazer a devida denúncia. Mas também tem o direito da sociedade brasileira ter a celeridade disso", disse Randolfe.
O líder disse que há "claro uso político" do depoimento de Paulo Roberto, por isso a necessidade da íntegra de sua delação premiada ser encaminhada à sigla.
"Ninguém sabe em que condições o Eduardo foi citado, ele não está aqui para se defender. A Marina Silva [candidata do PSB à Presidência] tem a possibilidade de ganhar a eleição, há uso político indevido dessa questão."
Rollemberg disse que o PSB não vai "aceitar" que Campos seja colocado no mesmo "nível" de outros políticos que adotam práticas que eram condenadas pelo ex-governador, que era candidato à Presidência e foi substituído por Marina Silva (PSB) após o acidente.
Na sexta-feira, a imprensa divulgou relatos do depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que negocia o benefício da delação premiada para entregar detalhes do esquema. A delação ainda não foi homologada, mas promotores e policiais que investigam o caso há uma semana colhem depoimentos de Paulo Roberto.
No sábado, a revista "Veja" publicou uma lista de autoridades supostamente apontadas pelo ex-diretor como beneficiárias do esquema, entre elas o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), a governadora Roseana Sarney (Maranhão) e o ex-governador de Pernambuco. "Veja" cita, ainda, o tesoureiro do PT, João Vaccari, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), entre outros. A reportagem não traz detalhes, documentos nem valores sobre o esquema.
'RECESSO BRANCO'
Rollemberg foi o primeiro senador a falar sobre o tema no plenário do Senado. O Congresso está em "recesso branco" até as eleições de outubro, com os parlamentares liberados para ficarem no Estados em campanhas eleitorais sem cortes nos salários.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos citados por Paulo Roberto, divulgou nota para rebater as acusações. Ele prometeu renunciar ao mandato se ficar comprovada qualquer ligação sua com o esquema de corrupção. O senador também exonerou nesta terça o servidor de seu gabinete, Mauro Conde Soares, que teve uma viagem a São Paulo paga pelo doleiro Alberto Youssef.
Soares admitiu que a oferta da passagem foi intermediada por Meire Poza, ex-contadora de Youssef, mas alega que viajou sem o conhecimento do senador.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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