Vencedor do primeiro turno no RS diz ter superado 'pobreza' da campanha
Surpresa da eleição para o governo do Rio Grande do Sul, o peemedebista José Ivo Sartori, que venceu o primeiro turno com 40,4% dos votos, atribuiu os resultados deste domingo (5) ao alto número de indecisos antes do pleito e à difusão do PMDB pelo interior.
Ele disse que conseguiu superar a "pobreza" de sua candidatura, que até o mês passado havia arrecadado muito menos do que os favoritos Tarso Genro (PT) e Ana Amélia Lemos (PP).
Ana Amélia acabou de fora do segundo turno após se envolver em troca de acusações com o governador. Tarso fez 32,6% dos votos.
Sartori, 66, prefeito de Caxias do Sul por dois mandatos, afirmou que a estrutura do PMDB espalhada pelo Estado, com "300 prefeitos ou vice-prefeitos" e 2.000 vereadores, fez a diferença na disputa pelo governo.
Criticado por Tarso por não se expor nos debates no primeiro turno, o peemedebista diz que não vai mudar os planos nas próximas semanas. "Se ele errou de estratégia o problema é dele, não é meu. Vou manter a mesma postura", disse.
Em sua primeira declaração após o resultado, o candidato fez críticas à situação das finanças e ao saque de depósitos judiciais pelo governo petista.
Luiz Chaves/Divulgação | ||
Ivo Sartori (PMDB), candidato ao governo do Rio Grande do Sul que irá disputar o segundo turno no Estado |
PRESIDENCIÁVEIS
Sartori recebeu na campanha o apoio da presidenciável Marina Silva (PSB). Após a derrota de sua candidata, ele disse que vai discutir dentro do partido que caminho tomar no segundo turno nacional. Mas sinalizou um distanciamento do governo de Dilma Rousseff.
"Devo deixar claro que a nossa posição que tivemos na composição [da chapa] no Rio Grande do Sul era contrária ao PT nacionalmente", disse.
A seguir, afirmou: "Eu tenho uma posição muito clara, mas prefiro não revela-la para não prejudicar a coligação."
Ao responder uma pergunta sobre a questão indígena, o peemedebista fez críticas à gestão do governo federal nesse tema.
O PMDB gaúcho entrou na eleição rachado. O vice de Dilma, Michel Temer, meses antes da campanha fez uma articulação para que o diretório estadual apoiasse a petista na eleição nacional.
Em convenção, no entanto, o partido decidiu embarcar na candidatura de Eduardo Campos (PSB). Sartori foi um dos que rejeitaram a aproximação com o PT nacional. Tradicionalmente, o PMDB gaúcho faz oposição a governos petistas.
Ainda assim, uma ala expressiva do diretório do Rio Grande do Sul, próxima a Temer, fez campanha para Dilma no primeiro turno.
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