Isolamento do PT desafia reeleição de Tarso Genro no Rio Grande do Sul
O isolamento do PT no Rio Grande do Sul será um dos obstáculos do governador petista Tarso Genro para virar a eleição no Estado no segundo turno.
Os partidos derrotados no primeiro turno tendem a se aproximar do peemedebista José Ivo Sartori, que liderou a primeira votação com 40,4% dos votos válidos. Tarso fez 32,6%.
A migração dos votos da terceira colocada na disputa, Ana Amélia Lemos (PP), deverá definir o pleito. A candidata derrotada e o PT trocaram acusações nas últimas campanhas, o que culminou na rápida queda dela nas pesquisas. A senadora atribuiu à "calúnia" a derrota na eleição.
Sérgio Lima/Edu Andrade/Folhapress | ||
Candidatos Tarso Genro (PT), à esq., e José Ivo Sartori (PMDB), que farão o segundo turno no RS |
O PT gaúcho tradicionalmente tem dificuldades de formar alianças locais. Hoje, na Assembleia Legislativa, apenas 20 dos 55 deputados são governistas. A bancada aliada diminuiu após o rompimento com o PSB e o PDT em 2013.
Até o atual vice de Tarso, Beto Grill, do PSB, está na oposição. Ele já participou da campanha de Sartori no horário eleitoral na TV.
Tarso pretende reconquistar o apoio do PDT e afirmou nesta segunda-feira (6) que irá buscar apoio político individualmente nos municípios do interior.
"Tenho o direito de procurar os prefeitos de todos os partidos para estabelecer uma relação de solidariedade política na continuidade desse projeto", afirmou. Uma plenária com prefeitos está marcada para terça (7).
O petista reassumiu o governo nesta segunda-feira. Ele havia se licenciado há três semanas para viajar mais ao interior na campanha e transmitiu o posto a um desembargador. O vice, Grill, e o presidente da Assembleia não podiam ficar no cargo porque eram candidatos a deputado.
Tarso disse que não pretende passar o governo a Grill agora para "não criar constrangimento". Ele afirmou ainda que a grande votação de Sartori não ocorreu por causa de uma "onda anti-PT" e que não fará "investigação" sobre o adversário nas próximas semanas.
UNIÃO NA OPOSIÇÃO
O PP de Ana Amélia e o PSDB vão definir formalmente na terça-feira (7) quem vão apoiar no segundo turno. O presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi, diz que ainda há o objetivo de "quebrar o ciclo petista" no Estado. "Os partidos que estão na oposição devem continuar na oposição."
PP e PMDB já estiveram juntos nos governos Germano Rigotto (2003-06) e Yeda Crusius (2007-10), que antecederam Tarso.
O senador eleito Lasier Martins, do PDT, já anunciou que não vai apoiar ninguém no segundo turno.
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