Preso na Operação Lava Jato, outro doleiro pode fechar acordo de delação
O doleiro Carlos Habib Chater, um dos presos da Operação Lava Jato, pode ser o próximo a firmar um acordo de delação premiada para tentar reduzir sua pena no caso de uma condenação no processo.
Chater, que mantinha negócios com Yousseff e operava em Brasília, está sendo pressionado pela família a falar tudo que sabe para tentar se livrar da prisão. O acordo só ainda não teria sido proposto devido à resistências de seu advogado, Ticiano Figueiredo, que além de não concordar com o instituto da delação premiada acredita que seria possível conseguir a nulidade do processo em instâncias superiores da Justiça.
De acordo com autoridades que fazem parte da investigação da Lava Jato, Chater é uma das principais figuras entre os operadores do esquema. Sua base era um posto de gasolina bastante frequentado no centro de Brasília onde não se aceita cartões de crédito.
Devido ao grande fluxo de pagamentos à vista, os investigadores dizem que o ambiente era propicio para se misturar dinheiro limpo com valores que precisavam ser lavados. Fora o posto, o doleiro operava por meio da Valortur Câmbio e Turismo com ramificações envolvendo bancos, offshores e empresas de fachadas em outros países. Além de lavagem de dinheiro ele também é investigado num esquema de tráfico internacional de drogas.
Deflagrada no dia 17 de março, a Lava Jato desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro que, de acordo com a Polícia Federal, teria movimentado R$ 10 bilhões.
A partir da delação premiada de Costa, diversos políticos do PT, PP e PMDB passaram a ser suspeitos de se beneficiar com o esquema, que teria funcionado também no desvio de recursos da Petrobras.
Para fechar o acordo de delação, Costa se comprometeu a devolver R$ 70 milhões, o que inclui US$ 23 milhões que foram descobertos por autoridades da Suíça.
A Folha revelou na edição de quinta (2) que o ex-diretor da Petrobras disse no acordo de delação premiada que recebeu US$ 23 milhões (o equivalente hoje a R$ 57 milhões) da Odebrecht em contas secretas na Suíça.
A empreiteira tem o terceiro maior contrato na obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de R$ 1,48 bilhão, em valores de 2010.
A Odebrechet nega com veemência que tenha feito qualquer pagamento a Costa. Segundo a empreiteira, todos os contratos com a Petrobras foram conquistados por meio de licitações.
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