Em debate, Tarso diz que Sartori quer 'cheque em branco' para governar
Atrás nas pesquisas, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), que tenta a reeleição, acusou o adversário José Ivo Sartori (PMDB) de pedir um "cheque em branco" para se eleger no Estado.
Os dois participaram nesta sexta-feira (17) de um debate promovido por Folha, SBT e UOL, transmitido ao vivo pela TV e pela internet.
Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul e que não aparecia sequer entre os líderes das pesquisas, terminou o primeiro turno à frente do petista e hoje lidera em intenções de voto, segundo o último Datafolha, com 52% contra 35%.
Tarso, que tenta a reeleição e assume que "deixou de fazer" algumas promessas de campanha, disse que Sartori não tem plano de governo. O petista questionou o candidato do PMDB sobre propostas para segurança, dívida pública e desenvolvimento regional, e o acusou de não saber explicar os detalhes de cada uma.
"Plano de governo, meu caro Tarso, nunca está concluído. Nunca", respondeu o peemedebista, que diz estar aberto às sugestões da população e de instituições representativas.
Sartori, por sua vez, acusou Tarso de não ter cumprido as promessas que fez em 2010, e de ter endividado ainda mais o Estado com novos financiamentos.
O petista respondeu que está fazendo "mudanças profundas, que já estão tendo um efeito altamente positivo", mas que também enfrenta "questões estruturais".
A dívida pública voltou a ser tema central neste debate, assim como já havia ocorrido durante a campanha. O Rio Grande do Sul é hoje o Estado mais endividado do país, embora a relação dívida/receita tenha diminuído nos últimos anos.
Tarso defendeu dois projetos em andamento no Congresso, para reduzir as prestações, e Sartori disse que é preciso negociar a dívida com o governo federal.
Os candidatos também responderam a perguntas de jornalistas do SBT e da Folha.
Sartori, que se firmou como terceira via durante a campanha, foi questionado sobre o fato de ter fugido de polêmicas no primeiro turno. Na resposta, disse que o debate na ocasião era mais amplo, e que tem propostas para todas as áreas.
Tarso respondeu sobre sua política para a resolução de conflitos entre índios e produtores rurais, que têm disputado terras no Estado. O petista disse que cabe ao governo federal demarcar os territórios, mas que irá oferecer negociadores da Brigada Militar para a mediação dos conflitos e que terras do Estado estarão disponíveis para abrigar produtores ou novas aldeias.
Sérgio Lima/Edu Andrade/Folhapress | ||
Candidatos Tarso Genro (PT), à esq., e José Ivo Sartori (PMDB), que farão o segundo turno no RS |
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