'Redes ampliam necessidade do jornalismo', diz professor
Rosental Calmon Alves, professor de jornalismo na Universidade do Texas (EUA), vê simbiose entre as redes sociais e a imprensa.
Folha - Qual o papel do jornalismo nas redes?
Rosental Alves - Estamos conectados o tempo todo. A comunidade avisa quando há notícia importante. Na cacofonia das redes, o jornalismo é importante instância verificadora e explicadora. Você vai ao jornal tentar entender o que acontece e volta à rede para continuar conversando.
Por que os boatos se espalham tão rápido?
Somos quase ciborgues, conectados 24 h por dia pelo smartphone. Boatos se espalham rápido e as pessoas buscam a imprensa para saber o que é verdade. Por isso é importante que os meios tomem o pulso da grande conversa das redes e exerçam seu papel de verificar. O perigo é quando o jornalista retransmite boatos. Espero que, como as pessoas conversam mais, entendam o papel esclarecedor da imprensa.
Como lhe pareceu o tom do debate digital?
Nas redes, as pessoas tendem a só ouvir quem pensa como elas. É perigoso. Se você só fala com seus iguais, acaba espalhando boatos que espera serem verdade. Surpreendeu-me a radicalização no Facebook. Não sei se foi pela dinâmica da rede ou pela situação política. Às vezes se acha que o mundo virtual é diferente do real, mas um reflete o outro.
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