Petrobras divulgará informações sobre balanço do 3º trimestre na segunda
Apesar do adiamento da divulgação de seu balanço, que não havia sido assinado pelos auditores independentes, a Petrobras convocou analistas e investidores para uma "apresentação das informações sobre o resultado do terceiro trimestre", na segunda-feira. O prazo legal para divulgar o balanço com aval dos auditores termina hoje.
Segundo a assessoria de imprensa da estatal, não serão apresentados números. A empresa não detalhou sobre o que se falará.
A apresentação prometida para segunda-feira terá o mesmo formato das reuniões que sucedem as divulgações de balanço: primeiramente, uma teleconferência com analistas e investidores, e, depois, uma entrevista coletiva à imprensa.
Depois de ter anunciado que adiaria a divulgação do balanço para 12 de dezembro, na noite desta quinta-feira, a empresa veio ao mercado, agora, explicar que vai divulgar tais informações "até dia 12". E que optou por divulgar as informações sem o aval dos auditores "de modo a manter o mercado minimamente informado, em respeito ao princípio da transparência".
As denúncias de corrupção levaram a PwC (PricewaterhouseCoopers), sua empresa de auditoria, a exigir aprofundamento de investigações. A auditoria independente acabou não assinando o documento e não há previsão de quando o fará.
Com isso, a Petrobras foi além do prazo estipulado pela CVM para arquivamento de tais informações com o parecer dos auditores, que é de 45 dias depois de terminado o trimestre. A multa prevista é de R$ 500 por dia de atraso.
HISTÓRICO
Em outubro, a PwC reuniu-se com o conselho de auditoria da Petrobras e entregou uma carta em que exigia da Petrobras o aprofundamento das investigações sobre as denúncias de corrupção reveladas em decorrência da Operação Lava Jato, e manifestou preocupação específica com o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
A auditoria afirmava no documento que, caso não fosse atendida, não assinaria as demonstrações financeiras da empresa. Companhias registradas na CVM são obrigadas a terem seus balanços auditados. A auditoria verifica se as informações apresentadas atendem as normas contábeis.
Depois da exigência da PwC, a Petrobras anunciou a contratação de dois escritórios de advocacia para auxiliar as investigações de sua comissão interna que apura as denúncias, um nos Estados Unidos e outro no Brasil. Ambos são especializados na FCPA, a lei americana de combate à corrupção no exterior. A estatal brasileira é sujeita à lei americana porque tem ações negociadas nos Estados Unidos.
Em seguida, a estatal negociou o afastamento de Machado da Transpetro, em princípio por 31 dias.
A lei americana também exige providências da empresa de auditoria em caso de irregularidades comprovadas nas empresas auditadas.
Procurada, a PwC disse que, "conforme as cláusulas de confidencialidade de nossos contratos, e às próprias normas profissionais aplicáveis, estamos impedidos de dar qualquer informação a respeito de clientes de nossa organização".
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