Não há qualquer pressão do governo para inibir investigações, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (20) que o governo não está fazendo nenhum tipo de pressão sobre as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público em casos de corrupção.
Sem citar nominalmente a Operação Lava Jato, Dilma afirmou que o "combate à corrupção nunca foi tão firme e severo quanto agora".
"Falamos a verdade quando destacamos que o combate à corrupção nunca foi tão firme e severo no meu governo. A Polícia Federal e o Ministério Público estão investigando os corruptos e os corruptores e não há qualquer tipo de pressão do governo para inibir as investigações", afirmou.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Dilma participa de conferência sobre educação; na foto, ela aprende gesto na linguagem de sinais |
Para a presidente, o país sairá mais forte após o processo de investigação ser concluído. "Não tenho, nunca tive e nunca terei qualquer tolerância com corruptos e corruptores. Queremos investigação e também garantiremos o amplo direito de defesa. O Brasil sairá mais forte desse processo. [Sairá] mais forte ainda por respeitar as regras do Estado de Direito", afirmou.
Uma das preocupações do governo é a possibilidade de paralisação de grandes obras de infraestrutura que são realizadas pelas empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras.
Na semana passada, a PF prendeu diretores e executivos de 11 empresas envolvidas, acusadas de pagar propina para obter contratos com a Petrobras. Apesar do temor, Dilma sinalizou que o "país não irá parar".
ECONOMIA
Em meio à expectativa de nomeação da nova equipe econômica da governo, Dilma afirmou que a inflação está sob controle e que há sinais de crescimento do país. A petista citou ainda o dado sobre a taxa de desemprego registrada em outubro, de 4,7%, como a mais baixa de toda a série para o mês.
Sem citar nomes, a presidente disse que "com o fim da campanha eleitoral, a verdade começa a aparecer com mais clareza".
Dilma participou da Conferência Nacional de Educação, realizada nesta semana em Brasília. Em um discurso de quase 40 minutos, a presidente exaltou os avanços obtidos na área educacional nos últimos 12 anos e disse que a educação é sua primeira prioridade para o próximo governo.
Em um claro recado ao Congresso, a presidente exaltou a conferência e disse que ela representa "a vitória da participação popular".
No fim de outubro, a Câmara derrubou o decreto presidencial que regulamentava a participação popular vinculando decisões governamentais de interesse social à opinião de conselhos e outras formas de participação.
A questão ainda precisa ser analisada pelo Senado, mas o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), já deu indicações de que o resultado deverá ser igual ao da Câmara.
"Esse debate é muito rico que dá sugestões, traça caminhos, aponta prioridades. Sabemos que a democracia representativa como a nossa, tem o Congresso e as casas legislativas como os espaços privilegiados e fundamentais de deliberação. Agora, garantir à sociedade civil organizada o direito de opinar, de falar, de criticar, de dar sugestões e de contribuir com a sua experiência, seu conhecimento e suas reivindicações caracteriza a democracia numa sociedade moderna e inclusiva. [...] Isso não é uma dádiva do governo", afirmou Dilma.
Bem-humorada durante o discurso, Dilma interagiu com a plateia em diversos momentos e chegou a fazer uma piada quando uma faixa foi erguida. "Vocês não fazem (sic) cartaz para mim não que eu não enxergo direito. Eu era míope de pai e mãe. Aí, fiz uma operação e continuei", disse, arrancando risos dos presentes.
Uma outra faixa foi erguida por servidores do Ministério da Educação com um pedido de plano de carreira. "MEC, faça seu dever de casa: plano de carreira para seus servidores", dizia a faixa.
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