Polícia Federal deve concluir relatório sobre empreiteiras em dez dias
A Polícia Federal concluirá nos próximos dias o relatório da investigação sobre o envolvimento de empreiteiras no esquema apurado na Operação Lava Jato.
Segundo a Folha apurou, o documento final da PF pode ficar pronto em cerca de dez dias. É o último passo do inquérito policial antes de o Ministério Público decidir se formulará ou não denúncias contra os investigados.
Ao focar as empreiteiras, policiais federais que cuidam do caso passaram a sofrer mais pressão nos bastidores. Recentemente, alguns deles ficaram na berlinda após postarem mensagens de cunho político em redes sociais.
Reportagem do jornal "Estado de São Paulo" mostrou manifestações de Márcio Adriano Anselmo, um dos delegados responsáveis pelo caso, nas quais comenta habeas corpus impetrados em tribunais a favor de investigados e chama o ex-presidente Lula de "anta".
O episódio fez a cúpula da PF reprovar as postagens deste e de outros policiais ligados ao caso. Márcio Anselmo saiu de férias na segunda-feira (1) e só retoma suas atividades em fevereiro.
Como o relatório final será concluído em breve, ele pode ser deslocado para uma outra função, mas ainda ligado à Lava Jato. Policiais repudiam qualquer influência política na possível mudança de função do delegado.
Para blindar investigadores e a própria operação, a PF desmembrou a Lava Jato em outros 95 inquéritos "filhotes". A lógica, conforme descreveu um interlocutor com acesso aos inquéritos, é "dividir para proteger". Ou seja: se investigados tentarem inviabilizar a operação na justiça, haverá outra centena garantindo a manutenção das investigações.
Cinco delegados tocam os 95 inquéritos, que envolvem desde suspeitas de lavagem de dinheiro a tráfico de drogas.
EMPREITEIRAS
No encalço de 11 construtoras, a agentes prenderam em 14 de novembro executivos de algumas das principais empresas do setor no país, entre elas OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.
Trata-se de uma das mais importantes e ruidosas fases da investigação que pode implicar em uma mesma rede de corrupção doleiros, construturas e políticos.
Em relação aos agentes públicos implicados no esquema, como congressistas, há um procedimento sigiloso tramitando no Supremo Tribunal Federal em sigilo. A lei diz que parlamentares federais só podem ser processados e julgados no STF, o chamado foro privilegiado. Essa parte da investigação está sob responsabilidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Caso o Ministério Público denuncie investigados, o juiz do caso, Sergio Moro, decidirá se abre ou não uma ação penal para punir os suspeitos.
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