Empresário da indústria têxtil, Omar Najar é eleito prefeito de Americana
O empresário Omar Najar (PMDB), 67, foi eleito neste domingo (7), com 75,51% dos votos, o novo prefeito de Americana (a 127 km de São Paulo). Ele assume em 9 de janeiro para um mandato-tampão de dois anos.
A eleição ocorreu na cidade após a cassação do ex-prefeito Diego de Nadai (PSDB) e de seu vice, Seme Calil Canfour (PSB), por irregularidades na prestação de contas da eleição de 2012.
Como primeira medida, Najar afirmou que pretende renegociar com os credores a dívida do município, principalmente com o INSS e o BNDES. "Ninguém quer dar calote, mas também não posso ficar com as dívidas do governo anterior sem negociar", disse.
O prefeito eleito também se comprometeu a resolver os problemas referentes à saúde pública, saneamento básico e pagamento de funcionários. "Vamos procurar cumprir [nos próximos dois anos] o que propusemos em nosso plano de governo. Apesar de o país atravessar um momento difícil."
Para o pleito deste domingo, três candidatos tiveram 29 dias para fazer campanha.
Em segundo lugar, ficou o empresário Welington Rezende (PRB), com 18,35% dos votos. Paulo Chocolate (PSC), que era presidente da Câmara e prefeito interino, ficou em terceiro, com 6,14% dos votos, ou 7.426 votos. A abstenção foi de 23,49%.
A votação, que terminou às 17h deste domingo, ocorreu sem maiores problemas. Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), seis urnas tiveram que ser substituídas. Não foram notificados casos de boca de urna.
DÍVIDA E PROBLEMAS
Filho de Abdo Najar, imigrante sírio e ex-prefeito de Americana (1969-1972), Omar é dono da indústria têxtil Najar.
O peemedebista tem em sua coligação o apoio de PSDB, PP, PPL, PDT, PTB, PR, DEM, PV e PSD e PC do B.
Ele assumirá a cidade, de 225 mil habitantes, com um caixa quase vazio. Sem ter como pagar servidores, herdará uma dívida que chega a R$ 700 milhões, quase igual ao orçamento do município (R$ 736 milhões).
Sacos de lixo acumulados nas esquinas, prontos-socorros fechados, merenda irregular nas escolas e protestos quase diários tornaram-se rotina em Americana.
Em novembro, uma greve de uma semana por atraso nos salários quase paralisou a cidade. Creches e escolas ficaram sem aulas e unidades de saúde fecharam.
Dois prontos-socorros também não funcionaram porque a entidade que os gerencia cobrou dívida de R$ 18 milhões. Sem as duas unidades de urgência, o hospital municipal ficou sobrecarregado, com pacientes no corredor.
O lixo acumulou-se nas ruas por uma semana. Primeiro, porque os coletores de lixo cruzaram os braços por três dias. Depois, por falta de pagamento, não havia caminhão para a coleta. Por fim, o aterro sanitário na cidade vizinha, de Paulínia, não aceitou receber os caminhões por falta de pagamento.
Com a seca severa, a prefeitura apelou para caminhões-pipa para socorrer bairros sem água. Das torneiras sai uma água escura. Segundo a prefeitura, o problema já foi sanado.
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