Candidato diz ter ouvido 'zum zum zum' sobre fraude na Câmara
Candidato do nanico PSOL à presidência da Câmara, o deputado federal Chico Alencar (RJ) afirmou nesta terça-feira (27) ter ouvido um "zum zum zum" de que adversários estariam tramando uma fraude à eleição marcada para o domingo (1).
Alencar, que não falou de quem recebeu a informação nem em nomes de supostos fraudadores, disse que a intenção seria se aproveitar de uma brecha nas regras da votação, que é secreta.
A armação funcionaria da seguinte forma: os 513 deputados federais irão eleger o presidente da Casa em votação que se dará dentro de cabines fechadas, instaladas no plenário. A votação é eletrônica e secreta, mas como o regimento da Câmara não proíbe que o parlamentar entre na cabine com aparelhos celulares ou qualquer outro tipo de equipamento eletrônico, ele pode fotografar a tela de votação no momento em que tenha escolhido o candidato.
Nas eleições gerais, desde 2009 é proibido o ingresso na cabine de votação com aparelho celular ou qualquer outro equipamento que faça imagens. O objetivo é justamente evitar que o voto seja registrado a pedido de candidatos que praticam a compra de votos.
Há quatro candidatos para a presidência da Câmara. Além de Alencar, concorrem o líder da bancada do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), hoje o favorito, o petista Arlindo Chinaglia (SP) e Júlio Delgado (PSB-MG).
Alencar afirmou que irá procurar os adversários para propor que seja proibida a entrada na cabine com aparelhos eletrônicos e que, se não houver acordo, poderá levantar um questionamento no dia da votação.
A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara afirmou que fará uma análise sobre o caso, mas que dificilmente haverá proibição, já que isso não está previsto no regimento. No máximo, pode haver uma recomendação.
Alan Marques - 4.fev.2013/Folhapress | ||
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), candidato à presidência da Câmara, discursa no plenário |
SINDICATO
Chico Alencar já concorreu ao comando da Câmara em 2013, ocasião em que teve apenas 11 dos 513 votos. Ele lançou sua candidatura na sexta com o objetivo de marcar posição.
"Não sou candidato a ser presidente do sindicato dos deputados, mas da Câmara. Em vez de construir mais um anexo de gabinetes, quero construir pontes com a sociedade", afirmou, se referindo à proposta dos adversários de construir mais gabinetes e elevar verbas do exercício do mandato.
O deputado do PSOL também apresentou um programa, que inclui a priorização das reformas política e tributária e de projetos da área de direitos humanos.
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