Defensor italiano diz que Pizzolato corre risco de morte no Brasil
O defensor dos direitos dos detentos da região italiana de Emilia-Romana, Desi Bruno, afirmou para o ministro italiano da Justiça, Andrea Orlando, que Henrique Pizzolato corre perigo de vida se voltar para o Brasil.
Condenado no processo do mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália e agora aguarda a decisão do governo do país sobre sua extradição ao Brasil. A Justiça italiana decidiu por sua extradição, mas cabe ao Ministério da Justiça da Itália a decisão final.
Pizzolato está preso desde a decisão da Corte de Cassação por sua extradição, na semana passada.
"Após o pronunciamento da Corte de Cassação, senti a necessidade de escrever rapidamente ao ministro manifestando minha preocupação pela vida de Pizzolato no caso de extradição", disse Bruno à agência de notícias Ansa.
Atuando na região em que o ex-diretor do Banco do Brasil está preso, o defensor destacou que seu "papel de vigilância e de promoção dos direitos das pessoas detidas em âmbito regional faz com que tenha que reapresentar ao ministro da Justiça a situação do senhor Pizzolato".
Para Bruno, o condenado, que tem cidadania italiana, não quer escapar da prisão após sua condenação, "tanto que se entregou" à Justiça do país. Ele se entregou após a Corte decidir pela extradição. Antes, havia entrado no país com documentos falsos de seu irmão, que já morreu.
Alessandro Fiocchi - 12.fev.2015/Folhapress | ||
Henrique Pizzolato é levado após se apresentar à polícia de Maranello, no norte da Itália |
De acordo com o defensor, sua preocupação principal e de seus advogados é o "cenário de violência e morte imposto por detentos a outros presidiários". Bruno diz que a concessão de extradição pode "expor o senhor Pizzolato a um concreto perigo de tratamentos desumanos e degradantes que podem levá-lo à morte".
Ele ainda destacou que fará uma visita ao ítalo-brasileiro no presídio de Módena no próximo sábado (21).
O argumento da violência nas prisões brasileiras já havia sido usado pela defesa de Pizzolato. O Brasil, por sua vez, baseou seus argumentos na chamada teoria da concretude do risco -isto é, ao mesmo tempo em que o país admite que há problemas no sistema carcerário de maneira geral, convenceu que, no caso específico de Pizzolato, ele não vai correr risco ao cumprir a pena no mesmo pavilhão da Papuda, em Brasília, onde outros mensaleiros estiveram presos.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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