Anastasia diz que acusações são 'absurdamente falsas' e fala em 'armação'
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) divulgou nota neste sábado (7) na qual chama de "absurdamente falsas as acusações" que o levaram a ser alvo de um inquérito baseado na Operação Lava Jato. Pela primeira vez, ele também fala em fala em "armação" para a inclusão de seu nome entre os investigados.
"Os que me conhecem estão indignados com estes fatos, mas tenho a consciência tranquila da prevalência da justiça e da verdade, inclusive com a descoberta da origem desta armação contra mim", afirma.
Anastasia, que coordenou o programa de governo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante a última eleição presidencial, é citado por um policial que fazia entrega de dinheiro a políticos a mando do doleiro Alberto Yousseff. Jayme Alves de Oliveira Filho diz que entregou R$ 1 milhão a um político em Belo Horizonte e que, depois, ao ser confrontado com uma foto de Anastasia, achou o senador "muito parecido" com o homem a quem havia dado a propina.
"É absolutamente falsa a afirmativa do sr. Jayme que teria me entregue valores em dinheiro, em 2010, a mando do Sr. Youssef. O próprio sr. Youssef, em depoimento oficial, negou que tivesse me encaminhado qualquer valor", alega Anastasia. "A alusão precária e inespecífica a uma casa em BH, sem fornecer o endereço, ou a data e a hora de tal encontro, aliada ao reconhecimento precário de uma fotografia dizendo ser pessoa 'parecida' comigo, não resistiria à menor verificação", conclui.
O senador diz ainda que não conhece "jamais estive ou falei com o sr. Jayme. Da mesma forma, não conheço, jamais estive ou falei com o sr. Youssef".
Anastasia publicou ainda uma foto do trecho do inquérito que mostra que Yousseff disse não ter recomendado entrega de valores a ele.
O tucano diz ainda que o depoimento de Jayme confronta o depoimento de Yousseff em detalhes como as datas da entrega do dinheiro. "Soma-se a isto o fato de eu ser, à época, governador de partido de oposição ao governo federal, sem qualquer vinculação com a Petrobras", ressalta o tucano. Anastasia encerra a nota dizendo que está à "inteira disposição" das autoridades e que espera que a apuração "seja rápida, de forma a comprovar o mais breve possível minha total inocência".
Veja a íntegra da nota.
1 - Não conheço, jamais estive ou falei com o Sr. Jayme. Da mesma forma, não conheço, jamais estive ou falei com o Sr. Youssef.
2 - Ou seja, é absolutamente falsa a afirmativa do Sr. Jayme que teria me entregue valores em dinheiro, em 2010, a mando do Sr. Youssef. O próprio Sr. Youssef, em depoimento oficial, negou que tivesse me encaminhado qualquer valor (vide anexo 1, cópia do documento oficial da Procuradoria Geral da República, páginas 22 e 23, Termo de Declarações Complementar n. 28)
3 - Deste modo, o pedido de inquérito aberto em relação a mim baseia-se, exclusivamente, no depoimento do Sr. Jayme (que, ao contrário do Sr. Youssef, não tem o mesmo valor nem está sujeito às mesmas obrigações de um acordo de delação premiada), que foi vazado em janeiro deste ano. Ainda que assim não fosse, a alusão precária e inespecífica a uma casa em Belo Horizonte, sem fornecer o endereço, ou a data e a hora de tal encontro, aliada ao reconhecimento precário de uma fotografia dizendo ser pessoa "parecida" comigo, não resistiria a menor verificação. (vide anexo 1, cópia do documento oficial da Procuradoria Geral da República, página 22, declaração)
4 - As datas de entregas de valores pelo Sr. Jayme, a mando do Sr. Youssef, conforme se verifica nos documentos arrolados nas peças, não condizem com a do depoimento do Sr. Jayme.
5 - Soma-se a isto o fato de eu ser, à época, governador de partido de oposição ao Governo Federal, sem qualquer vinculação com a Petrobras.
6 - A abertura do inquérito servirá para demonstrar a verdade, pondo fim à infâmia inventada contra mim, sabe-se lá por qual motivo.
7 - Desejo, tão somente, que a apuração seja rápida, de forma a comprovar o mais breve possível minha total inocência, por respeito aos milhões de mineiros que votaram em mim para o Governo e para o Senado e por toda a trajetória de minha vida pública, reconhecidamente correta e proba.
8 - Os que me conhecem estão indignados com estes fatos, mas tenho a consciência tranquila da prevalência da justiça e da verdade, inclusive com a descoberta da origem desta armação contra mim.
9- Agradeço a incontáveis manifestações de apoio e solidariedade que venho recebendo, desde o surgimento, em janeiro, desta história falsa e covarde.
10 - Coloco-me, uma vez mais, à inteira disposição do Ministério Público e da Justiça para todos os atos necessários a comprovar a improcedência do depoimento do Sr. Jayme.
ATAQUE
Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) acusou neste sábado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula de "encabeçarem" a lista de suspeitos de participarem do esquema de corrupção na Petrobras.
Nenhum dos dois, porém, está sendo investigado.
Também por meio de nota enviada à imprensa, o tucano usou trecho do depoimento em que Alberto Youssef afirmou que o alto escalão do governo sabia das ilegalidades envolvendo pagamento de propina e desvio de recursos da Petrobras.
Cunha Lima lembrou que a Folha já havia divulgado a informação prestada pelo doleiro e citou a reportagem da "Veja", que dizia que Lula e Dilma sabiam de tudo que ocorria na estatal.
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